ACHADOS CLÍNICOS DE BOVINOS COM ÚLCERA DE ABOMASO

Resumo

Avaliou-se a ocorrência de úlcera de abomaso em bovinos atendidos na rotina da Clínica de Bovinos de Garanhuns da Universidade Federal Rural de Pernambuco (CBG-UFRPE) e descrever os principais achados clínicos observados. Esta enfermidade é a causa mais comum de hemorragias gastrintestinais proximal em bovinos, podendo resultar em perfuração e peritonite focal ou difusa, com morte súbita. Para este estudo utilizaram-se dados epizootiológicos, exames clínico-laboratoriais e anatomopatológicos obtidos das fichas clínicas de oito bovinos e laudos de necropsia dos seis óbitos com úlcera de abomaso. Esta enfermidade se faz presente na rotina clínica dos ruminantes representando 1% dos distúrbios digestivos na CBG-UFRPE, como causa primária. Em quatro bovinos observou-se úlcera perfurante com peritonite difusa (tipo IV), em um animal havia peritonite focal (tipo III), e três bovinos apresentaram úlceras hemorrágicas (tipo II), sendo que dois receberam alta, e um veio a óbito. Os principais sinais clínicos foram: apatia, diminuição da produtividade e moderado grau de desidratação. O apetite estava caprichoso ou ausente em 87,5% dos casos, o rúmen, abomaso e intestino com hipomotilidade e as fezes em pouca quantidade, pastosa com muco e de coloração enegrecida. Na avaliação hematológica, constatou hiperfibrinogenia ( 888 mg/dL), leucocitose ( 20.081/µL), com linfocitose ( 8.867/µL), além de neutrofilia ( 10.393/µL) com desvio a esquerda. Na mucosa abomasal observaram-se diversos pontos de hemorragias petequiais e sufusões, além de grande quantidade de líquido enegrecido, coágulos, edema, inflamação, úlceras multifocais de tamanhos variados, profundas na mucosa, cobertas com tecido necrosado, algumas recentes e outras crônicas e cicatrizadas. Contudo a adoção de práticas de manejo alimentar de forma correta é fundamental para prevenir a ocorrência desta enfermidade.