ANÁLISE HEMATOLÓGICA E BIOQUÍMICA COMPARATIVA EM SUÍNOS SUBMETIDOS À OBSTRUÇÃO BILIAR EXPERIMENTAL

Autores

  • Aline Gomes de Campos
  • Edmilson Rodrigo Daneze
  • Júverson Alves Terra Júnior
  • Sérgio Renato Macedo Chicote
  • Rosana Rosa Miranda Côrrea
  • Alex Augusto da Silva
  • Sílvia Azevedo Terra

Palavras-chave:

contagem de células sanguíneas, bioquímica, icterícia obstrutiva, colestase extra-hepática, laparoscopia

Resumo

Este trabalho objetivou avaliar as alterações hematológicas e bioquímicas decorrentes de obstrução biliar induzida em suínos. Para isso, foram utilizados seis suínos da raça Landrace, com 36 dias de idade, nos quais coletou-se sangue nos momentos pré-obstrução e sete dias após a obstrução induzida do ducto colédoco, sendo a mesma realizada pela colocação videolaparoscópica de um clip metálico de titânio. Assim, a ligadura foi realizada com sucesso em todos os animais, sendo fácil a identificação do colédoco por videolaparoscopia e não ocorrendo dificuldades nos procedimentos. Os sinais clínicos indicativos de icterícia foram evidentes no decorrer dos sete dias de obstrução. A análise hematológica revelou uma diminuição nos níveis do volume corpuscular médio e permitiu identificar alterações na morfologia das hemácias; enquanto que os exames bioquímicos revelaram aumento nos níveis séricos de colesterol, GGT, FA, bilirrubina total e frações e, redução na glicemia. Conclui-se que o suíno representa um bom modelo experimental de obstrução biliar, tendo como características evidentes a hiperbilirrubinuria e o aumento dos níveis normais das enzimas hepatobiliares. A GGT demonstrou-se um marcador de maior sensibilidade e especificidade em suínos quando comparada com a FA.

Referências

Carrel T, Lerut J, Niederhauser U, Schweizer W, Blumgart LH. Diagnosis and treatment of traumatic injuries of the duodenum and pancreas: 21 cases. J Chir. 1990;127(10):438-44.

Dähnert W. Radiologia: manual de revisão. 3ª ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2001. p.485-92.

Rauws EA, Gouma DJ. Endoscopic and surgical management of bile duct injury after laparoscopic cholecystectomy. Best Pract Res Clin Gastroenterol. 2004;18(5):829-46.

Sekido H, Matsuo K, Morioka D, Kunihiro O, Tanaka K, Endo I, et al. Surgical strategy for the management of biliary injury in laparoscopic cholecystectomy. Hepatogastroenterology. 2004;51(56):357-61.

Schmidt SC, Langrehr JM, Schumacher G, Neuhaus P. Treatment of iatrogenic bile duct lesions from laparoscopic cholecystectomy. Rozhl Chir. 2005;84(11):567-72.

Hurtado JRE, Goldenberg S, Novo NF, Juliano Y, Escalante RD. Estudo anatômico das vias bilíferas extra-hepáticas no suíno: comparação entre a dissecção convencional e por videolaparoscopia. Acta Cir Bras. 1997;12(3):198-205.

Machado MAC, Machado MCC. Colecistite crônica claculosa. In: Moraes IN. Tratado de clínica cirúrgica. São Paulo: Roca; 2005. p.1277-83.

Monti PR, Carvalho JR, Arap S. The Monti procedure applications and complications. Urology. 2000;55(5):616-21.

Monti PR, Lara RC, Dutra MA, Carvalho JR. New techniques for construction of efferent conduits based on the mitrofanoff principle. Urology. 1997;49(1):112-5.

Almond GW. Research applications using pigs. Vet Clin North Am Food Anim Pract. 1996;12(3):707-16.

Heltne JK, Husby P, Koller ME, Lund T. Sampling of interstitial fluid and measurement of colloid osmotic pressure (COPi) in pigs: evaluation of the wick method. Lab Anim. 1998;32(4):439-45.

Goodrich JA, Lackland DT, Del Signore MJ, Swindle MM. Non-invasive measurement of blood pressures in the Yucatan micropig (Sus scrofa domestica), with and without midazolam-induced sedation. Comp Med. 2001;51(1):13-5.

Mariano M. Minisuíno (minipig) na pesquisa biomédica experimental: o Minipig br1. Acta Cir Bras. 2003;18(5):387-91.

Silva MHG. Estudo da lesão iatrogênica maior da via biliar na era da colecistectomia videolaparoscópica [dissertação]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo; 2001.

Goffi FS, Goffi Junior PS, Sorbello AA. Colecistectomia. In: Goffi FS. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas da cirurgia. 4ª ed. São Paulo: Atheneu; 2006. p.691-8.

Goldenberg A, Matone J, Gonzalez AM, Torrez FRA. Colecistopatia crônica calculosa. In: Lobo EJ, Lopes Filho GJ, Del Grande JC, Trivino T. Guia de gastrocirurgia. Barueri/SP: Manole; 2008. p.273-93.

Goldenberg S, Tonini K, Goldenberg A. A vídeo-cirurgia e a cirurgia experimental. In: Margarido NF, Saad Júnior R, Cecconello I, Martins JL, Paula RA. Videocirurgia. São Paulo: Colégio Brasileiro de Cirurgiões; 1994. p.131-8.

Zantut LFC. Laparoscopia no diagnóstico do abdome agudo. In: Zilberstein B, Cecconello I, Felix VN, Pinotti HW. Infecção em cirurgia do aparelho digestivo. São Paulo: Robe Editorial; 1994. p.171-81.

Engler-Pinto Júnior P, Arab-Fadúl R, Bresciane C, Sobreira R, Souza LJ, Gama-Rodrigues J. Diagnóstico videolaparoscópico de agenesia da vesícula biliar em paciente adulto sintomático. An Paul Med Cir. 1996;123(1):29-33.

St-Pierre MV, Kullak-Ublick GA, Hagenbuch B, Meier PJ. Transport of bile in hepatic and non-hepatic tissues. J Exp Biol. 2001;204(10):1673-86.

Denk GU, Cai SY, Chen WS, Lin A, Soroka CJ, Boyer JL. A comparison of gene expression in mouse liver and kidney in obstructive cholestasis utilizing high-density oligonucleotide microarray technology. World J Gastroenterol. 2006;12(16):2536-48.

Dagher L, Moore K. The hepatorenal syndrome. Gut. 2001;49(5):729-37.

Cárdenas A. Hepatorenal syndrome: a dreaded complication of end-stage liver disease. Am J Gastroenterol. 2005;100(2):460-7.

Lang F, Tschernko E, Häussinger D.. Hepatic regulation of renal function. Exp Physiol. 1992;77(5):663-73.

Lima DX. Efeito da icterícia obstrutiva na morfologia e função renal após nefrectomia em rato [tese]. Belo Horizonte: Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais; 2007.

Brasileiro Filho G. Bogliolo patologia. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.

Contran RS, Kumar V, Collins T. Robbins: patologia estrutural e funcional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. p.44-100.

Roselino JE, Silva Junior OC, Ceneviva R. Lack of control of liver gluconeogenesis in cholestatic rats with reduced portal blood flow. Hepatology. 1992;16(4):1055-60.

Coles EH. Patologia clínica veterinária. 3ª ed. São Paulo: Manole; 1994. p.185-219.

Thrall MA. Hematologia e bioquímica clínica veterinária. São Paulo: Roca; 2007.

Hardikar W, Suchy FJ. Hepatobiliary function. In: Boron WF, Boulpaep EL. Medical physiology. Philadelphia: WB Saunders; 2003. p.975-1002.

Gonzalez FHD, Silva SC. Introdução a bioquímica clínica veterinária. Porto Alegre: UFRGS; 2006.

Kramer JW, Hoffmann WE. Clinical enzymology. In: Kaneko JJ, Harvey JW, Bruss ML. Clinical biochemistry of domestic animals. 5ª ed. San Diego: Academic Press; 1997. p.303-25.

Jorge SG. Exames laboratoriais [Internet]. Campinas-SP; 2006 [acesso em 2010 Nov 06]. Disponível em: http://hepcentro.com.br/exames.htm

Crema E, Trentini EA, Llanos JC. Proposal of a new technique for bile duct reconstruction after iatrogenic injury: study in dogs and review of the literature. Acta Cir Bras. 2007;22(3):162-7.

Dias MA. Alterações histológicas do fígado, do fluxo portal e do óxido nítrico na obstrução/desobstrução biliar [dissertação]. Ribeirão Preto: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2006.

Ahrendt AS, Pitt HA. Vias biliares. In: Townsend CM, Beauchamp RD, Evers BM, Mattox KL. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 17ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. p.1597-641.

Greenberger NJ, Paumgartner G. Doenças da vesícula biliar e dos ductos biliares. In: Fauci AS, Kasper DL. Harrison: medicina interna. 15ª ed. Rio de Janeiro: McGraw Hill; 2001. p.1882-94.

Willard M, Tvedten H, Turnwald GH. Diagnóstico clinicopatológico práctico en los pequeños animales. Buenos Aires: Inter-Médica; 2004.

Center AS, Hornbuckle WE, Hoskins JD. O fígado e o pâncreas. In: Hoskins JD. Pediatria veterinária: cães e gatos do nascimento aos seis meses. 2ª ed. Rio de Janeiro: Interlivros; 1997. p.172-204.

Prado IB, Santos MHH, Lopasso FP, Iriya K, Laudanna AA. Cholestasis im a murine experimental model: lesions include hepatocyte ischemic necrosis. Rev Hosp Clin Fac Med Univ São Paulo. 2003;58(1):27-32.

Silva Júnior OC, Coelho AFB, Souza MEJ, Picinato MANC, Franco CFF, Vanni JC, et al. Sensibilidade da fosfatase alcalina e da gama-glutamiltransferase como indicadores da obstrução biliar extra-hepática induzida em ratos. Medicina (Ribeirão Preto). 1993;26(1):41-4.

Zlotowski P, Corrêa AMR, Rozza DB, Driemeier D, Mallmann CA, Migliavacca FA. Surto de aflatoxicose em suínos no Estado do Rio Grande do Sul. Pesqui Vet Bras. 2004;24(4):207-10.

Pozzi CR, Arcano JRP, Arcano Júnior I, Fagundes H, Corrêa B. Aspectos relacionados à ocorrência e mecanismo de ação de fumonisinas. Cienc Rural. 2002;32(5):901-7.

Leal PC, Cantanhede KL, Silva LM, Bezerra GFB, Viana GMC, Nascimento MDSB. Micotoxinas do Fusarium e seu potencial carcinogênico. NewsLab. 2005;70:76-88.

Doherty GM, Way LW. Trato biliar. In: Way LW, Doherty GM. Cirurgia: diagnóstico e tratamento. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p.495-519.

Teixeira LV. Metabolismo do grupo heme [Internet]. Porto Alegre-RS; 2010 [acesso em 2010 Nov 06].. Disponível em: http://www6.ufrgs.br/favet/lacvet/restrito/pdf/heme_luciele.pdf

Meyer DJ, Coles EH, Rich LJ. Medicina de laboratório veterinária: interpretação e diagnóstico. São Paulo: Roca; 1995.

Jorge GL, Leonardi LS, Boin IFSF, Silva Júnior OC, Escanhoela CAF. Novo modelo experimental de obstrução biliar em ratos Wistar. Acta Cir Bras. 2001;16(2):75-81.

Aguiar GB, Oliveira CIB, Sousa e Silva Júnior JB, Santos LS, Vieira SC. Lesão iatrogênica de vias biliares. Rev Col Bras Cir. 2005;32(2):69-73.

Marotta A. Validação do método de mensuração da pressão intravesical como indicador da pressão intra-abdominal durante colecistectomia videolaparoscópica em pacientes adultos portadores de litíase vesicular [dissertação]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo; 2006.

Rothuizen J. Icterícia. In: Ettinger SJ, Feldman EC. Tratado de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p.218-20.

Tomasich FDS, Dias AA, Simões MLPB, Pacheco AM, Costa PB, Piechnik J. Modelo experimental de icterícia obstrutiva: avaliação por meio da bioimpedância. Rev Col Bras Cir. 2006;33(1):15-8.

Silva Júnior OC, Ceneviva R, Rizzo CC, Sankarankutty AK, Granato RG, Menegazzo LAG. Alterações hepáticas na icterícia obstrutiva. Medicina (Ribeirão Preto). 1997;30(1):165-72.

Garcia-Navarro CEK. Manual de urinálise veterinária. São Paulo: Varela; 2005.

Cunha JEM, Bacchella T, Machado MCC, Penteado S, Jukemura J. Coledocolítiase. In: Gayotto LCC, Alves VAF. Doenças do fígado e vias biliares. São Paulo: Atheneu; 2001. p.1075-86.

Melges Júnior AM. Efeitos da drenagem biliodigestiva transpapilar ou extrapapilar sobre o sistema hepatobiliar de cães [dissertação]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina, Universidade de São Paulo; 2000.

Gonçalves GF, Acco A, Sanches AW, Romagnolli P, Ribeiro EA, Cunha CG. Cálculo biliar em cães: relato de casos. Arq Cienc Vet Zool Unipar. 2004;7(2 Supl):32.

Nyland TG, Mattoon JS, Herrgesell EJ, Wisner ER. Fígado. In: Nyland TG, Mattoon JS. Ultra-som diagnóstico em pequenos animais. 2ª ed. São Paulo: Roca; 2005. p.95-130.

Gunderman RB. Fundamentos de radiologia: apresentação clínica, fisiopatologia, técnicas de imagens. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.

Downloads

Publicado

2023-04-18

Como Citar

1.
Campos AG de, Daneze ER, Júnior JAT, Chicote SRM, Côrrea RRM, Silva AA da, Terra SA. ANÁLISE HEMATOLÓGICA E BIOQUÍMICA COMPARATIVA EM SUÍNOS SUBMETIDOS À OBSTRUÇÃO BILIAR EXPERIMENTAL. RVZ [Internet]. 18º de abril de 2023 [citado 30º de abril de 2024];20(4):592-603. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1463

Edição

Seção

Artigos Originais