PERFIL DAS PRINCIPAIS ENFERMIDADES EM ANIMAIS SILVESTRES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE LEME, SÃO PAULO, BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35172/rvz.2024.v31.1579

Palavras-chave:

Práticas hospitalares para animais, Casuística, Medicina da conservação, Casos de fauna nativa, Gestão da vida selvagem

Resumo

O estudo retrospectivo abordou a casuística de animais silvestres atendidos no Hospital Veterinário do Centro Universitário Anhanguera da cidade de Leme, interior do estado de São Paulo, Brasil. A pesquisa analisou dados do histórico de todos os animais silvestres atendidos do ano de 2009 a 2019, de vida livre ou não, pertencentes às espécies da fauna brasileira e exótica com o objetivo de compreender o perfil e as principais ocorrências relacionadas a esses animais. Foram revisados prontuários, registros médicos e informações sobre as espécies atendidas, além de considerar diagnósticos, tratamentos e desfechos clínicos. O estudo revelou uma ampla variedade de espécies atendidas, incluindo 21 mamíferos (41,1%), 17 aves (33,4%) e 13 répteis (25,5%), totalizando 51 espécies. Foram constatadas para todas as espécies doenças dermatológicas, musculoesqueléticas, enfermidades respiratórias, doenças gastrointestinais, intoxicações e envenenamentos, distúrbios oncológicos e enfermidades teriogenológicas. Para as aves foram marcantes as doenças musculoesqueléticas, as enfermidades respiratórias e outras patologias; enquanto que para répteis e mamíferos as enfermidades dermatológicas foram mais abundantes. Sobre a instituição comenta-se que as parcerias com outras instituições de proteção animal favoreceram o fluxo de atendimentos e busca por ajuda especializada. Além disso, foram identificadas algumas espécies ameaçadas de extinção, ressaltando a importância do papel do hospital veterinário na conservação da fauna local, como também a responsabilidade do centro universitário em conscientizar a população em buscar profissionais que saibam manejar e cuidar desses animais.

Referências

VERBYLA DL, LITVAITIS JA. Resampling methods for evaluating classification accuracy of wildlife habitat models. Environmental Management. 1989;13:783-787. DOI: https://doi.org/10.1007/BF01868317

DE MATOS AMRN, PINTO CM. Levantamento dos atendimentos clínicos de mamíferos silvestres e exóticos no Setor de Clínica e Cirurgia de Animais Silvestres do Hospital Veterinário, Universidade de Santo Amaro, São Paulo, no período de Agosto de 2012 à Agosto de 2014. Revista de Ciência Veterinária e Saúde Pública. 2016;3:184-186.

CUNHA GB, LIMA FVCR, SOARES MEDQ, HIRANO LQL. Fauna silvestre recebida pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres e encaminhada para o hospital veterinário da Universidade de Brasília. Ciência Animal Brasileira. 2022;23. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-6891v23e-72818e

CHARRY B, JONES J. Traffic volume as a primary road characteristic impacting wildlife: a tool for land use and transportation planning. In: International Conference on Ecology and Transportation; 2009; Duluth. Proceedings… Raleigh: Center for Transportation and the Environment: North Carolina State University; 2010. p. 159-172. 2009.

MENDONÇA LET, SOUTO CM, ANDRELINO LL, SOUTO WDMS, DA SILVA VIEIRA WL, ALVES RRN. Conflitos entre pessoas e animais silvestres no semiárido paraibano e suas implicações para conservação. Sitientibus Série Ciências Biológicas. 2011;11(2):185-199. DOI: https://doi.org/10.13102/scb107

ALVES JMB, SILVA EM, BUTRAGO FOF. A captura-apreensão de animais silvestres no Brasil: Relações com a variabilidade pluviométrica. Revista Brasileira de Meteorologia. 2022;37:269-277. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-77863720028

GLISTA DJ, DEVAULT TL, DEWOODY JA. Vertebrate road mortality predominantly impacts amphibians. Herpetological Conservation and Biology. 2008;3(1):77-87.

CAJAIBA, R.L.; DA SILVA, W.B.; PIOVESAN, P.R.R. Animais silvestres utilizados como recurso alimentar em assentamentos rurais no município de Uruará, Pará, Brasil. Desenvolvimento e Meio ambiente, v. 34, 2015. DOI: https://doi.org/10.5380/dma.v34i0.38889

BARBOSA B, BARBOSA BB, REBELLO FK, DOS SANTOS MAS, LOPES MLB. Mercado de produtos e serviços para animais silvestres de estimação no município de Belém (PA). Pubvet. 2018;12(04). DOI: https://doi.org/10.22256/pubvet.v12n4a78.1-7

DA SILVA VDS, DA SILVA AKM, COSTA KR, GARRIDO E, CASTANHEIRA TLL. Amostragem de pets não convencionais: importância para o desenvolvimento do ambulatório de animais silvestres do Hospital Veterinário do IFNMG. Revista Multidisciplinar do Vale do Jequitinhonha-ReviVale. 2022;2(1). DOI: https://doi.org/10.56386/2764-300X202282

RIBEIRO LB, SILVA MG. O comércio ilegal põe em risco a diversidade das aves no Brasil. Ciência e Cultura. 2007;59(4):4-5.

NUNES PB, BARRETO AS, FRANCO EZ. Subsídios à ação fiscalizatória no combate ao tráfico de aves silvestres e exóticas em Santa Catarina. Ornithologia. 2012;5(1):26-33.

PANEGOSSI MF, FERRARI ED, PEROSSI JC, NAGATA WB, NAKAMURA AA, OLIVEIRA BCM, MEIRELES MV, BRESCIANI KDS. Análise microscópica de oocistos de Cryptosporidium spp. em calopsitas (Nymphicus hollandicus). Ars Veterinaria. 2015;31(2):10. DOI: https://doi.org/10.15361/2175-0106.2015v31n2p10

BONORINO RP, FRAGA AA. Estudo do agente Chlamydophila psittaci por PCR em calopsita Nymphicus hollandicus. Revista Ciência e Saúde Animal. 2020;2(2):50-61.

FERNANDES GA, DOBKOWSKI-MARINHO S, SANTOS VF, LIMA-REZENDE CA, DA SILVA HE, RODRIGUES FP, et al. Development and characterization of novel microsatellite loci for the Blue-fronted Amazon (Amazona aestiva, Psittaciformes, Aves) and cross-species amplification for 13 other two threatened Amazona species. Mol Biol Rep. 2019;46:1377–1382. DOI: https://doi.org/10.1007/s11033-019-04595-z

EULER ACC, FERREIRA WM, SAAD FMOB, NASCIMENTO MCC, TELLES LF, TEIXEIRA EA. Exigência de proteína para canários (Serinus canaria) adultos. Archivos de Zootecnia. 2008;57(219):307-312.

BOLSON J, SCHOSSLER JEW. Osteossíntese em aves – Revisão da literatura. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR. 2008;11(1).

CUEVA LOB, RAHAL SC, MESQUITA LR, MAMPRIM MJ, DA TRINDADE ALVES AC, KANO WT, FILHO TG, MATSUBARA LM. Considerações sobre fraturas em aves. Veterinária e Zootecnia. 2020;27:1-11. DOI: https://doi.org/10.35172/rvz.2020.v27.351

RICHARDS GJ, NASR MA, BROWN SN, SZAMOCKI EMG, MURRELL J, BARR F, WILKINS LJ. Use of radiography to identify keel bone fractures in laying hens and assess healing in live birds. Veterinary Record. 2011;169(11):279-279. DOI: https://doi.org/10.1136/vr.d4404

CASSANEGO GR, FERREIRA PI, VACCARIN CV, TOMAZI P, SOARES AV, CÔRREA LFD. Fratura de úmero em uma curicaca (Theristicus caudatus) - manejo anestésico e cirúrgico. Acta Scientiae Veterinariae. 2022;50(1):773. DOI: https://doi.org/10.22456/1679-9216.119863

MARIETTO-GONÇALVES GA, LIMA ET, ANDREATTI FILHO RL. Doenças respiratórias em aves atendidas no Laboratório de Ornitopatologia da FMVZ-UNESP/Botucatu-SP, Brasil, nos anos de 2005 a 2006. Archives of Veterinary Science. 2008;p. 40-45. DOI: https://doi.org/10.5380/avs.v13i1.11558

BORTOLOTTI GR, MARCHANT TA, BLAS J, GERMAN T. Corticosterone in feathers is a long‐term, integrated measure of avian stress physiology. Functional Ecology. 2008;22(3):494-500. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2435.2008.01387.x

SANTOS GG, MATUELLA GA, CORAIOLA AM, SILVA L, LANGE RR, SANTIN E. Doenças de aves selvagens diagnosticadas na Universidade Federal do Paraná (2003-2007). Pesquisa Veterinária Brasileira. 2008;28:565-570. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-736X2008001100005

CORRÊA CL, ZAMBRONE FAD, CAZARIN KCC. Intoxicação por chumbinho: um desafio para o diagnóstico clínico e para o tratamento. Rev Bras Toxicol. 2004;p. 71-78.

ZUCCO FD, KRAUSS IB, FERNANDES V. Apelo e persuasão publicitária no contexto de uma ONG de bem-estar animal: perspectivas para o desenvolvimento de campanhas sociais. Razón y Palabra. 2013;(84).

MOUTINHO FFB, SERRA CMB, VALENTE LCM. Situação pós-adoção dos animais adotados junto a uma ONG de proteção animal no estado do Rio de Janeiro. Ciência Animal Brasileira. 2019;20. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-6891v20e-43777

PEREIRA GA, BRITO MT. Diversidade de aves silvestres brasileiras comercializadas nas feiras livres da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco. Atualidade Ornitológicas. 2005;(126):14.

ROCHA MSP, CAVALCANTI PCM, SOUSA RL, SOUSA RL, ALVES RRN. Aspectos da comercialização ilegal de aves nas feiras livres de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra. 2006;6(2):204-221.

OLIVEIRA PMA. Animais silvestres e exóticos na clínica particular. São Paulo: Roca; 2003. 375 p.

DE OLIVEIRA FS, DELFINI A, MARTINS L, DE FARIA JUNIOR D, FERNANDES MACHADO MR. Obstrução intestinal e enterotomia em tigre d’água (Trachemys dorbignyi). Acta Scientiae Veterinariae. 2009; p. 307-310. DOI: https://doi.org/10.22456/1679-9216.16355

FINKLER F, POSSENTI CG, AITA G, REOLON M, BERNARDI ÉL, CARDONA RDC, DIAZ JD. Celiotomia seguida de colopexia em tartaruga tigre d’água (Trachemys dorbignyi) - Relato de caso. Anais do 16º Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Cruz Alta. 2011.

STEIN IV, STEIN GG, HLAVAC NRC, DE ALMEIDA LACERDA L, CARÍSSIMI AS. Perfil hematológico de tigres d’água (Trachemys dorbigni) de uma população do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Veterinária em Foco. 2015;12(2).

GARCÍA-FERNÁNDEZ AJ, MARÍA-MOJICA P, MARTÍNEZ-LÓPEZ E, ROMERO D, NAVAS I, HERNÁNDEZ-GARCÍA A, GÓMEZ-RAMÍREZ P. Aspectos clínicos y forenses del envenenamiento de aves silvestres: diferencias entre aldicarb y estricnina. Revista de Toxicología. 2006;23:44-48.

AZEVEDO-MARQUES MM, CUPO P, HERING SE. Acidentes por animais peçonhentos: serpentes peçonhentas. Medicina (Ribeirão Preto). 2003;36(2/4):480-489. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v36i2/4p480-489

CARDOSO JLC, FRANÇA FDS, WEN FH, MALAQUE CMS, HADDAD JR V. Animais peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. 2003;45(6):338-338. DOI: https://doi.org/10.1590/S0036-46652003000600009

ECKERT GL, MARX JR, BOELTER RA. Animais peçonhentos: desmistificando-os através de uma oficina pedagógica. In: III Encontro das Licenciaturas Região Sul. 2019.

LIMA RA, SALDANHA LDS, CAVALCANTE FSA, DE SOUZA ASSIS SN, NOGUEIRA PG. O estudo dos animais peçonhentos em uma escola pública no município de Humaitá-AM. Educamazônia - Educação, Sociedade e Meio Ambiente. 2020;24(1):203-217.

SIMONATO MT. Principais doenças de coelhos de companhia. IV Seminário Nacional de Ciência e Tecnologia em Cunicultura - UNESP Botucatu (São Paulo, Brazil). 2012:1-6.

HEKER MM. Opinião: a cunicultura pet no Brasil. Revista Brasileira de Cunicultura. 2015;7(1):1-8.

BRADBURY AG, DICKENS GJE. Appropriate handling of pet rabbits: a literature review. Journal of Small Animal Practice. 2016;57(10):503-509. DOI: https://doi.org/10.1111/jsap.12549

MACHADO LC. Pesquisas de preferência, divulgação da atividade de cunicultura e mercado pet cunícula brasileiro. Revista Brasileira de Cunicultura. 2015;8:1-12.

VALENTIM JK, MACHADO LC, LOPES VL, PAULA KD, BITTENCOURT TM, RODRIGUES RFM, ROBERTO CHV, DALLAGO GM. Perfil dos criadores de coelho pet no Brasil. Revista Brasileira de Cunicultura. 2018;13(1):27-45.

TANCHEV S, ZHELYAZKOV E, PHILIPOV J, SEMERDJIEV V, PASKASLEV M, SOTIROV L, GEORGIEVA S. Phenotypic traits of skeletal anomalies observed in inbred rabbits. Revue de Medecine Veterinaire. 2011;162(3):150-153.

RAGAB M, SÁNCHEZ JP, BASELGA M. Effective population size and inbreeding depression on litter size in rabbits. A case study. Journal of Animal Breeding and Genetics. 2015;132(1):68-73. DOI: https://doi.org/10.1111/jbg.12110

ROMMERS JM, REUVEKAMP BJ, GUNNINK H, DE JONG IC. Effect of hiding places, straw and territory on aggression in group-housed rabbit does. Applied Animal Behaviour Science. 2014;157:117-126. DOI: https://doi.org/10.1016/j.applanim.2014.05.011

GERENCSÉR Z, MATICS Z, SZABÓ RT, KUSTOS K, MIKÓ A, NAGY I, ODERMATT M, ATKÁRI T, SZENDRŐ Z. Aggressiveness, mating behaviour and lifespan of group housed rabbit does. Animals. 2019;9(10):708. DOI: https://doi.org/10.3390/ani9100708

DÍAZ-BERCIANO C, GALLEGO-AGUNDEZ M. Abandonment and rehoming of rabbits and rodents in Madrid (Spain): A retrospective study (2008-2021). Journal of Applied Animal Welfare Science. 2023:1-11. DOI: https://doi.org/10.1080/10888705.2022.2162342

WHITE SD, BOURDEAU PJ, MEREDITH A. Dermatologic problems in guinea pigs. Compendium. 2003;25(9):690-700.

HOPPMANN E, BARRON HW. Rodent dermatology. Journal of Exotic Pet Medicine. 2007;16(4):238-255. DOI: https://doi.org/10.1053/j.jepm.2007.10.003

WHITE SD, GUZMAN DSM, PAUL‐MURPHY J, HAWKINS MG. Skin diseases in companion guinea pigs (Cavia porcellus): a retrospective study of 293 cases seen at the Veterinary Medical Teaching Hospital, University of California at Davis (1990–2015). Veterinary Dermatology. 2016;27(5):395-e100. DOI: https://doi.org/10.1111/vde.12348

Downloads

Publicado

2024-09-23

Como Citar

1.
DUARTE COSTA T, Nayara Abdala Ferreira K, Tambeli Anobi B, de Souza C, Guerra Segura J. PERFIL DAS PRINCIPAIS ENFERMIDADES EM ANIMAIS SILVESTRES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE LEME, SÃO PAULO, BRASIL. RVZ [Internet]. 23º de setembro de 2024 [citado 15º de outubro de 2024];31:1-12. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1579

Edição

Seção

Artigos Originais