Fístula enterocutânea em égua – relato de caso

Resumo

Hérnias umbilicais ocorrem frequentemente em equinos jovens, podendo resultar em fístulas
estercorais. Entre estas, a fístula enterocutânea, é geralmente decorrente de hérnia umbilical.
Objetiva-se descrever um caso de fístula enterocutânea em equino. Foi atendida uma égua,
castanha, quarto de milha, com cinco anos de idade, proveniente de Paranhos, Mato Grosso
do Sul, cujo histórico remetia a um aumento de volume na cicatriz umbilical, há alguns anos,
evoluindo com sinais de dor abdominal e posterior extravasamento de conteúdo intestinal por
orifício na área do aumento de volume. Após o exame físico, o animal apresentava-se alerta e
os parâmetros fisiológicos dentro da normalidade. Ao realizar paracentese, não se constatou
contaminação da cavidade peritoneal e foi preconizado a laparotomia exploratória.
Observaram-se aderências abrangendo segmento de jejuno à parede abdominal e se optou pela
enterectomia seguida de enteroanastomose término-terminal. Após 16 dias sem
intercorrências, o animal apresentou sinais de dor abdominal não responsível aos analgésicos.
No 21o
dia de internação, o animal veio a óbito. Ao exame necroscópico, constataram-se
aderências envolvendo íleo, ceco e musculatura abdominal, necrose de alças intestinais e de
abscesso. Apesar da escassez da literatura sobre o tema abordado, concluiu-se que o caso
relatado se tratava de uma fístula enterocutânea resultante de uma hérnia umbilical.