PERFIL BIOQUÍMICO, HORMONAL E MINERAL DE VACAS NO MOMENTO DO PARTO NORMAL E COM DISTOCIA

Resumo

Diante da grande importância da distocia para bovinocultura, que representa elevadas perdas econômicas e que mostra a fragilidade do sistema de criação, objetivou-se estudar alguns indicadores bioquímicos no momento do parto eutócico e laborioso em vacas atendidas na rotina hospitalar. Para isso realizaram-se avaliações protéica (proteína e albumina), enzimática (creatinoquinase), hormonal (cortisol), energético (ácido graxo não esterificado e betahidroxibutirato) e mineral (cálcio, fósforo e magnésio) no soro desses animais, que tinham idade variando entre dois e 12 anos. As vacas eram oriundas de propriedades do Agreste Meridional do estado de Pernambuco, localizado no Nordeste do Brasil e atendidas na Clínica de Bovinos de Garanhuns da Universidade Federal Rural de Pernambuco (CBG/UFRPE). As vacas foram divididas em quatro grupos: grupo (I) distocia materna (n=79), grupo (II) distocia fetal (n=82), grupo (III) distocia materno-fetal (n=15) e grupo (IV) parto normal (n=13). A análise estatística dos dados foi realizada de forma descritiva, determinando as distribuições de freqüências das variáveis analisadas, associadas às diferentes situações de distocias. Na análise laboratorial dos grupos (I, II III e IV), constataram-se, respectivamente, níveis elevados de cortisol (145,7ng/mL; 210,4ng/mL; 145,35ng/mL e 85,96ng/mL), creatinoquinase (194mg/dL; 607mg/dL; 485mg/dL e 145,7mg/dL) e NEFA (0,95mmol/L; 0,85mmol/L; 0,90mmol/L e 1,06mmol/L), além de uma hipocalcemia sub-clínica, se destacando as vacas com distocia materna, cujos valores foram (7,3mg/L; 7,8mg/L; 7,43mg/L e 8,24mg/L) respectivamente. Com isso é importante ressaltar os cuidados que se devem ter com relação ao manejo alimentar no terço final de gestação com o intuito de minimizar os efeitos negativos das deficiências nutricionais, facilitando a adaptação da vaca neste período de transição.