LARVA MIGRANS VISCERAL E CUTÂNEA COMO ZOONOSES: REVISÃO DE LITERATURA
Palavras-chave:
larva migrans cutânea, larva migrans visceral, larva migrans ocular, cão, gato, zoonoseResumo
A larva migrans é uma enfermidade de distribuição mundial, mas é relatada com maior freqüência em países tropicais e subtropicais. A infecção é descrita como uma zoonose parasitária que envolve a migração de larvas de alguns helmintos em diversos órgãos do ser humano e são classificadas como larva migrans cutânea (LMC), larva migrans visceral (LMV) e larva migrans ocular (LMO). A LMC é uma enfermidade que ocorre quando, ao contato direto com as larvas, as mesmas penetram na pele e migram no tecido subcutâneo, formando trajetos larvais na epiderme humana. Quando as larvas são ingeridas e migram pelos órgãos internos do hospedeiro, a enfermidade é denominada LMV. A LMO é uma afecção que ocorre quando as larvas, após ingeridas como na LMV, invadem o olho do ser humano. Os principais agentes etiológicos das LMC e LMV são Ancylostoma spp e Toxocara spp, respectivamente, helmintos que tem como hospedeiros naturais cães e gatos. A contaminação ambiental por ovos e/ou larvas de potencial zoonótico é um indicador importante de ocorrência das LMC e LMV. As apresentações clínicas diferem de acordo com o órgão acometido e associadas aos exames laboratoriais e sorológicos são conclusivas no diagnóstico das LMC e LMV. Os diversos fatores ambientais, culturais e econômicos condicionantes para essas enfermidades, bem como o crescente número de cães e gatos domiciliados e errantes, ausência de programas de tratamento periódicos desses animais com anti-helmínticos, acesso livre de cães e gatos em áreas públicas, praias, clubes e até escolas, precariedade em saneamento básico e o desconhecimento de profissionais da saúde e da população sobre as LMC e LMV, propiciam a ocorrência dessas enfermidades em várias regiões do Brasil. As medidas preventivas que devem ser instituídas para o controle dessas zoonoses são: a educação em saúde, priorizando o uso de calçados e hábitos de higiene adequados, exames parasitológicos de fezes e administração periódica de anti-helmintos para cães e gatos, controle de natalidade desses animais, restrição dos mesmos em áreas públicas e conscientização dos profissionais da saúde sobre a importância do diagnóstico definitivo de LMC e LMV.
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