INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO PARA LEPTOSPIROSE CANINA NO LITORAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

Autores

  • Rodrigo Costa da Silva
  • Vanessa Yuri de Lima
  • Aristeu Vieira da Silva
  • Luiz Carlos de Souza
  • Helio Langoni

Palavras-chave:

Leptospira spp., cães, anticorpos, infecção, saúde pública, litoral

Resumo

A leptospirose é uma antropozonoose mundialmente distribuída, principalmente em regiões
litorâneas e tropicais, e causada pela bactéria Leptospira spp. Em areas urbanas, os roedores
sinantrópicos são os principais transmissores aos seres humanos e outros animais pela urina.
Os cães podem atuar como reservatórios domésticos para a infecção no homem devido a
persistência renal da bactéria e eliminação pela urina. Deste modo, o presente trabalho teve
como objetivo determinar a presença de anticorpos para Leptospira spp. em amostras de soro
de cães do município de Ubatuba, SP, Brasil. As associações entre os resultados sorológicos e
variáveis epidemiológicas como raça, idade, sexo, acesso a rua, acesso a água não tratada,

vacinação prévia contra sorovares de Leptospira spp., e presença de roedores, foram
analisadas. Anticorpos para Leptospira spp. foram detectados em 30/205 (14,6%) amostras de
soro, e os sorovares prevalentes foram Pyrogenes (30%), Autumnalis (23,3%) e Canicola
(20%). Nenhum sorovar co-aglutinante foi observado, e também não fora observada
associação significativa entre as variáveis epidemiológicas estudadas e os resultados da
sorologia (p > 0,05). Assim, conclui-se que a leptospirose está circulante no munícipio
estudado, município que apresenta alto índice pluviométrico, porém fatores como acesso de
cães à rua, água acumulada e presença de roedores não apresentaram importância esperada.
Futuros estudos devem ser realizados na região estudada focando a pesquisa de anticorpos
também em cães errantes, que se encontram mais expostos à bactéria em áreas litorâneas e
tropicais, e o convívio com animais herbívoros e de produção.

Referências

Greene CE. Clinical microbiology and infection diseases of the dog and the cat. 3rd ed. Philadelphia, PA: W. B. Saunders; 2006. 1376 p.

Acha P, Szyfres B. Zoonosis y enfermedades transmisibles communes al hombre y a los animals. 3rd ed. Geneva, Switzerland: Organización Panamericana de la Salud; 2003. 443 p.

Corrêa MOA, Veronesi R, Brito T, Hyakutake S, Santa Rosa CA, Edelweiss EL. Leptospiroses. In: Veronesi R. Doenças infecciosas e parasitárias. 7th ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan; 1982. p.573-89.

Mascolli R, Pinheiro SR, Vasconcellos SA, Ferreira F, Morais ZM, Pinto CO, et al. [A dog serologic study of leptospirosis in the city of Santana de Parnaíba, State of São Paulo, during the 1999 rabies vaccination campaign]. Arq Inst Biol. 2002;69(2):25-32.

Brod CS, Aleixo JA, Jouglard SD, Fernandes CP, Teixeira JL, Dellagostin OA. [Evidence of dog as a reservoir for human leptospirosis: a serovar isolation, molecular characterization and its use in a serological survey]. Rev Soc Bras Med Trop. 2005;38(4):294-300.

Chapola EG, dos Santos MG, Bessa TA, de Oliveira ML. Human and canine leptospirosis: serological data of Sao Paulo City, Brazil, 2000 to 2003. Rev Cubana Med Trop. 2005;57(1):61-2.

Bolin CA. Diagnosis of leptospirosis: a reemerging disease of companion animals. Semin Vet Med Surg (Small Anim). 1996;11(3):166-71.

Jouglard SDD, Brod CS. [Leptospirosis in dogs: prevalence and the risk factors in the rural area of Pelotas, RS]. Arq Inst Biol. 2000;67(2):181-5.

Blazius RD, Romao PR, Blazius EM, da Silva OS. [Occurrence of Leptospira spp. soropositive stray dogs in Itapema, Santa Catarina, Brazil]. Cad, Saude Publica. 2005;21(6):1952-6.

Stokes JE, Kaneene JB, Schall WD, Kruger JM, Miller R, Kaiser L, et al. Prevalence of serum antibodies against six Leptospira serovars in healthy dogs. J Am Vet Med Assoc. 2007;230(11):1657-64.

INM. Relatório sobre variação média mensal de temperatura e pluvimetria entre 1994 e 2003, no município de Ubatuba. Ubatuba, SP: Instituto Nacional de Meteorologia, Ubatuba-SP DdMEd; 2005 Contract No.: 7.

PERH. Programa Estadual dos Recursos Hídricos 2004-2007 São Paulo, SP: Governo do Estado de São Paulo; 2008 [cited 2008 29 jan.]. UGRHI 03 Litoral Norte]. Available from: http://www.comitepcj.sp.gov.br/download/PERH/04-07_UGRHI-03.pdf.

IBGE. Cidades Brasília, DF, Brazil: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2016 [cited 2016 4 mai.]. Available from: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/uf.php?lang=&coduf=35&search=sao-paulo.

Reichmann MLAB, Pinto HBF, Nunes VFP. Vacinação contra raiva de cães e gatos. Sao Paulo, SP: Instituto Pasteur; 1999.

Thrusfield M. Veterinary epidemiology. 2nd ed. London, England: Blackwell Science Ltd.; 1995.

CDC. Epi Info. v.3.5.4 ed. Atlanta, GA: Center for Disease Control and Prevention; 2002.

Brasil. Manual de leptospirose. In: Peçonhentos MdSFNdSCNdECdCdZeA, editor. 2nd ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2002. p. 98.

Yasuda PH, Santa Rosa CA, Yanaguita RM. [Seasonal variation in the prevalence of leptospirosis in stray dogs in Sao Paulo, Brazil]. Rev Saúde Pública. 1980;14(4):589-96.

Magalhães DF, Silva JA, Moreira EC, Wilke VML, Haddad JPA, Meneses JNC. [Prevalence of anti-Leptospira interrogans agglutinins in dogs from Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, 2001 – 2002]. Arq Bras Med Vet Zootec. 2006;58(2):167-74.

Modolo JR, Langoni H, Padovani CR, Shimabukuro FH, Mendonça AO, Victoria C, et al. [Seroepidemiological inquiry of canine leptospirosis in the urban area from Botucatu, Sao Paulo State, Brazil]. Braz J Vet Res Anim Sci. 2006;43(5):598-604.

Silva WB, Simões LB, Lopes ALS, Padovani CR, Langoni H, Modolo JR. [Risk factor evaluation and spatial distribution analysis for urban dogs serum reactive to Leptospira spp]. Braz J Vet Res Anim Sci. 2006;43(6):783-92.

Aguiar DM, Cavalcante GT, Marvulo MFV, Silva JCR, Pinter A, Vasconcellos SA, et al. [Risk factors associated with anti-Leptospira spp antibodies occurrence in dogs from Monte Negro County, Rondônia, Brazilian Western Amazon]. Arq Bras Med Vet Zootec. 2007;59(1):70-6.

Okewole EA, Ayoola MO. Seroprevalence of leptospiral serovars other than Canicola and Icterohaemorrhagiae in dogs in the Southwestern Nigeria. Vet Arhiv. 2009;79(1):87-96.

Jamshidi S, Vandeussefi GM, Dezfoulian O, Ghaffari MS. Isolation of Leptospira Canicola from a dog in Iran: first report. Iran J Vet Res. 2008;9:291-4.

Birnbaum N, Barr SC, Center SA, Schermerhorn T, Randolph JF, Simpson KW. Naturally acquired leptospirosis in 36 dogs: serological and clinicopathological features. J Small Anim Pract. 1998;39(5):231-6.

Nielsen JN, Cochran GK, Cassells JA, Hanson LE. Leptospira interrogans serovar bratislava infection in two dogs. J Am Vet Med Assoc. 1991;199(3):351-2.

Van den Broek AHM, Thrusfield MV, Dobbie GR, Ellisi WA. A serological and bacteriological survey of leptospiral infection in dogs in Edinburgh and Glasgow. J Small Anim Pract. 1991;32(3):118-24.

Silva WB, Simões LB, Padovani CR, Langoni H, Lopes ALS, Modolo JR. [Serological inquiry and spatial distribution to canine leptospirosis in urban territorial area of the city of Botucatu, Sao Paulo]. Vet Zootec. 2009;16(4):656-68.

Downloads

Publicado

2022-03-07

Como Citar

1.
Silva RC da, Lima VY de, Silva AV da, Souza LC de, Langoni H. INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO PARA LEPTOSPIROSE CANINA NO LITORAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL. RVZ [Internet]. 7º de março de 2022 [citado 21º de novembro de 2024];23(3):495-503. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/822

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >>