AVALIAÇÃO DO ESTRESSE EM TOUROS NELORE (Bos taurus indicus) SUBMETIDOS À ELETROEJACULAÇÃO

Autores

  • Wolff Camargo Marques Filho
  • João Carlo Pinheiro Ferreira
  • Caroline Junko Fugihara
  • Frederico Jorge Heitmann
  • Myrna Ferraz
  • Ana Lívia Monteiro
  • Rosiara Rosára Maziero
  • Ian Mártin
  • Eunice Oba

Palavras-chave:

bem-estar animal, eletroejaculação, estresse, indicadores de bem-estar, touro

Resumo

A pecuária bovina, uma das principais atividades agropecuárias brasileira, atingiu esse status graças à utilização de biotécnicas da reprodução, entre as quais se destaca a inseminação artificial (IA). Para que o sêmen possa ser processado, faz-se necessário inicialmente a sua colheita, que é realizada, principalmente, pelo emprego da vagina artificial (VA) e eletroejaculação (EEJ). Esta última vem sendo motivo de investigação pela comunidade científica devido seu impacto no bem-estar animal, baseado no emprego do conceito das cinco liberdades e nos indicadores fisiológicos endócrinos e não-endócrinos, e comportamentais de estresse. Com o objetivo de avaliar os efeitos da EEJ sobre o estresse, 20 touros Nelore foram divididos em grupo Controle (n=10), deslocado semanalmente por nove semanas até o curral para avaliação em grupo dos indicadores comportamentais de bem-estar durante cinco minutos. Posteriormente, os animais foram contidos no tronco para avaliação dos indicadores fisiológicos de bem-estar (freqüências respiratória e cardíaca e temperatura retal) e colheita de sangue, permanecendo sob contenção por cinco minutos, seguidos de nova avaliação dos indicadores fisiológicos e colheita de sangue para mensuração do cortisol e da progesterona plasmática. Depois da contenção, os animais foram liberados em outro curral para avaliação individual dos indicadores comportamentais por cinco minutos. O grupo Estresse (n=10) foi submetido aos mesmos procedimentos, exceto que foi submetido semanalmente a aplicação de estímulos elétricos transretais pela EEJ durante os cinco minutos em que os animais permaneceram contidos. O grupo Controle foi submetido à EEJ somente na nona semana do experimento. Durante a observação dos períodos pré e pós-contenção, os animais do grupo Estresse apresentaram maior freqüência de abaixamento de cabeça. Este grupo apresentou também maiores freqüências respiratória e cardíaca, e maiores concentrações plasmáticas de cortisol e de progesterona na segunda avaliação do período de contenção. A estimulação elétrica transretal alterou os indicadores comportamentais dos períodos pós e de contenção. As freqüências respiratória e cardíaca e as concentrações plasmáticas de cortisol e de progesterona foram maiores na segunda avaliação do período de contenção no grupo Estresse, o que classifica a técnica da eletroejaculação como um agente desencadeador de estresse em touros Nelore (Bos taurus indicus).

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Publicado

2023-03-23

Como Citar

1.
Filho WCM, Ferreira JCP, Fugihara CJ, Heitmann FJ, Ferraz M, Monteiro AL, Maziero RR, Mártin I, Oba E. AVALIAÇÃO DO ESTRESSE EM TOUROS NELORE (Bos taurus indicus) SUBMETIDOS À ELETROEJACULAÇÃO. RVZ [Internet]. 23º de março de 2023 [citado 27º de abril de 2024];15(3):531-4. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1333

Edição

Seção

Artigos Originais

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