SEPSE EM FELINOS

Autores

  • Fernanda Chicharo Chacar
  • Priscylla Tatiana Chalfun Guimarães- Okamoto
  • Alessandra Melchert
  • Vanesa Kutz de Arruda
  • Daniel Diola Bento
  • Denis Carvalho Costa

Palavras-chave:

gatos, choque séptico, fisiopatologia

Resumo

Sepse, definida pela síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) secundária a um agente infeccioso, é uma afecção comum em felinos e está relacionada a altos índices de morbidade e mortalidade nesta espécie. Suas principais causas em gatos são piotórax e peritonite séptica. Devido às suas peculiaridades anatomofisiológicas, os felinos reagem de maneira singular a sepse, apresentando bradicardia, hipotensão e hipotermia, sinais que compõem a “tríade da morte dos felinos”. Os principais mediadores inflamatórios da sepse nesta espécie são TNF, IL-10, IL-6 e CXCL-8. O diagnóstico de sepse ou sepse grave é baseado principalmente nos achados clínicos. O tratamento desta síndrome na espécie felina deve ser baseado na técnica de “Terapia guiada por metas” (Goal-directed-therapy), que envolve o manejo e monitoramento intensivo da hemodinâmica em pacientes de alto risco. Embora a sepse cause altos índices de morbimortalidade em felinos, poucos estudos a cerca de sua etiologia, fisiopatologia, alterações hemodinâmicas e metabólicas estão disponíveis. Maiores esforços da comunidade veterinária são necessários para a compreensão desta complexa síndrome em gatos, haja vista suas peculiaridades e o aumento da casuística destes animais no Brasil nos últimos tempos.

Referências

-Declue AE, Williams KJ, Sharp C, Haak C, Lechner E, Reinero, CR. Systemic response to low-dose endotoxin infusion in cats. Vet Immunol Immunop, 2009; 132: 167-174.

-Declue AE, Delgado C, Chang C, Sharp CR. Clinical and immunologic assessment of sepsis and the systemic inflammatory response syndrome in cats. J Am Vet Med Assoc. 2011; 7: 890-897.

-Otto, CM. A fresh look at identifying Sepsis in cats. 2012 [cited 2012 jul 09]. Available from:. Acesso em 25/03/2012.

-Brady CA, Otto CM, Van Winkle, TJ, King LG. Severe sepsis in cats: 29 cases (1986–1998). J Am Vet Med Assoc. 2000; 4: 531-535.

-Rabelo, RC. Fluidoterapia no paciente felino grave. In: Anais do 29° Congresso Brasileiro da Anclivepa;2008, Maceió.

-Salles MJC, Sprovieri SRS, Bedrikow R, Pereira AC, Cardenuto PRC, Azevedo TM et al. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica/sepse - revisão e estudo da terminologia e fisiopatologia. Rev Assoc Méd Bras. 1999;1; 86-92.

- Bone RC, Balk RA, Cerra FB, Dellinger RP, Fein AM, Knaus WA et al. Definitions for Sepsis and Organ Failure and Guidelines for the Use of Innovative Therapies in Sepsis. CHEST. 1992; 6: 642-1655.

-Silverstein, D. SRIS, MODS, and Sepsis in Small Animals. 2006 [cited 2006 jul 09]. Available from:

-Rabello LSCF, Rosolem MM, Leal JV, Soares M, Lisboa T, Salluh JIF. Entendendo o conceito PIRO: da teoria à prática clínica – Parte 1. Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21: 425-431.

-Moura HV, Pomerantzeff PMA, Gomes WJ. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica na circulação extracorpórea: papel das interleucinas. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2001; 4: 376-387.

-Redaell R. Choque em felinos (trabalho de conclusão de curso). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Veterinária, 2005.

-Henkin CS, Coelho JC, Paganella MC, Siqueira RM, Dias FS. Sepse: uma visão atual. Scientia Medica, 2009; 3: 135-145.

- Manual do Grupo Sépsis-HUC. Sepsis HUC – Hospital Universidade de Coimbra. 2ª ed. Coimbra; 2011.

- Snowden C, Kirkman E. The Pathophysiology of Sepsis. Br J Anaesth. 2002;1:11-14.

- El-Achkar T, Huang X, Plotkin Z, Sandoval RM, Rhodes GJ, Dagher P. Sepsis induces changes in the expression and distribution of Toll-like receptor 4 in the rat kidney. Am J Physiol Ren Physiol. 2005; 5: 1034-1043.

-Benjamin CF. Atualização Sobre Mediadores e Modelos Experimentais de Sepse. Rev Med Ribeirão Preto. 2001; 1:18-26.

-Ramnath RD, Weing S, He M, Sun J, Zhang H, Bawa MS. et al. Inflammatory mediators in sepsis: Cytokines, chemokines, adhesion molecules and gases. J Organ Dysfunct. 2006;2: 80-92.

- Knobel E. Óxido Nítrico e Sepse. Arq Bras Cardiol. 1996; 4: 263-266.

-Fracasso JF. Contribuição ao entendimento da patogenia da sepse. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl. 2008; 2:119-127.

- Paixão N. Sepse e Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS). In: Rabelo RC, Crowe Jr. DT. Fundamentos de Terapia Intensiva Veterinária em Pequenos Animais: Condutas no Paciente Crítico. Rio de Janeiro: L.F. Livros de Veterinária Ltda, 2005. p. 113-126.

-Hopper K, Bateman S. An updated view of hemostasis: mechanisms of hemostatic dysfuntion associated with sepsis. J Vet Emerg Crit Care (San Antonio).2005; 2: 83-91.

-Hackner SG. Disseminated Intravascular Coagulation: an Update for the Clinician. 2012 [cited 2012 jul 09]. Available from:

-Estrin MA, Wehausen CE, Lessen CR, Lee JA. Disseminated Intravascular Coagulation in Cats. J Vet Intern Med. 2006;6: 1334 – 1339.

-Griffiths B, Anderson ID. Sepsis, SRIS and MODS. Surgery, 2009;10:446-449.

-Durkan S, Laforcade A, Rozanski E, Rush J. Suspected Relative Adrenal Insufficiency in a Critically Ill Cat. J Vet Emerg Crit Care (San Antonio).2007; 2: 197 – 201.

-Martin LG. Critical illness-related Corticosteroid Insufficiency in Small Animals, Vet Clin North Am Small Anim Pract. 2011; 4:197-201.

-Mizock BA. Alterations in fuel metabolism in critical illness: hyperglycaemia. Best Pract Res Clin Endocrinol Metab. 2001; 4: 533 – 551.

-Josien A. Etablissement de Valeurs Usuelles de Lactatemie Chez le Chat. 2006. 51f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária). École Nationale Vétérinaire de Toulouse.

-Declue AE, COHN LA. Acute Respiratory Distress Syndrome in Dogs and Cats: A Review of Clinical Findings and Pathophysiology. J Vet Emerg Crit Care (San Antonio). 2007; 4: 340–347.

-Júnior GAP, Marson F, Abeid M, Ostini FM, Souza SH, Filho AB. Fisiopatologia da Sepse e Suas Implicações Terapêuticas, Rev Med Ribeirão Preto. 1998; 31: 349 – 362.

-Kirby R. Feline shock and resuscitation. In: World Small Animal Veterinary Association Congress, 30., 2005, Cidade do México. Anais… Cidade do México: WSAVA Congress, 2005.

-Butler AL. Goal-directed Therapy in Small Animal Critical Illness. Vet Clin North Am Small Anim Pract. 2011; 41: 817-838.

-Dellinger RP, Levy MM, Carlet JM, Bion J, Parker MM, Jaeschke R. et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines For Management of Severe Sepsis and Septic Shock: 2008. Crit Care Med. 2008;1:296-327.

-Kirby R. The Cat is not a Small Dog in ICU: Parts I and II. In: World Small Animal Veterinary Association Congress, 29., 2004, Grécia. Anais... Grécia: WSAVA Congress, 2004.

-Pimenta MM, Lanini LM, Rabelo RC. Terapia Transfusional em Felinos. JLAVECC. 2010; 4: 424-450.

-Gelatt KN, Van Der Woerdt A, Ketring KL, Andrew SE, Brooks DE, Biros DJ et al. Enrofloxacin-associated retinal degeneration in cats, Veterinary Ophthalmology, v. 4, n. 2, p. 99-106, 2001.

-Instituto Latino Americano da Sepse. Campanha “Sobrevivendo à Sepse” – Relatório trimestral, junho 2010. 2010 [cited 2012 jul 09]. Availabre from: http://www.sepsisnet.org.>

- Cooke K. Sepsis: Cats Always have to be Different. In: Anais da 83ª conferência da Florida Veterinary Medical Association; 2012, Florida.

Downloads

Publicado

2023-03-28

Como Citar

1.
Chacar FC, Okamoto PTCG-, Melchert A, Arruda VK de, Bento DD, Costa DC. SEPSE EM FELINOS. RVZ [Internet]. 28º de março de 2023 [citado 28º de abril de 2024];21(1):64-76. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1362

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)