AVALIAÇÃO FÍSICA E LABORATORIAL DA SÍNDROME CÓLICA DE EQUINOS EM PARQUE DE VAQUEJADA.

Autores

  • Regina Valéria da Cunha Dias
  • Paula Dias Bevilacqua
  • José Dantas Ribeiro Filho
  • José Ivo Ribeiro Júnior
  • Maria Veronica de Souza

Palavras-chave:

Abdomen agudo, variáveis físicas, variáveis bioquímicas, atividade equestre

Resumo

O objetivo desse estudo foi investigar a etiologia da síndrome cólica em equinos participantes de eventos de vaquejada do Estado do Rio Grande do Norte (Brasil), assim como avaliar a evolução de variáveis físicas e bioquímicas. De forma complementar, determinar os limites de referência de algumas dessas variáveis. Foram utilizados equinos de ambos os sexos, diferentes raças, inscritos nas provas de vaquejadas. Todos os animais que apresentaram quadro de síndrome cólica durante o evento foram submetidos a exame físico e laboratorial. O exame físico consistiu de avaliação das frequências cardíaca (FC) e respiratória (FR), do tempo de enchimento capilar (TEC), da coloração das mucosas, grau de hidratação e da motilidade intestinal. Variáveis bioquímicas foram avaliadas no plasma (fibrinogênio) ou no soro (proteínas totais, albumina, creatinina e magnésio). Os dados quantitativos obtidos antes e durante o quadro de síndrome cólica foram comparados mediante utilização do teste t para amostras pareadas, já os qualitativos foram analisados de forma descritiva mediante utilização da média aritmética, porcentagem e coeficiente de variação. Dois mil e sessenta e um equinos foram acompanhados durante 15 eventos de vaquejada, mas apenas 13 apresentaram o quadro de síndrome cólica. Ocorreu importante alteração nas variáveis FC (p<0,01), FR (p=0,003) e TEC (p<0,01) após o surgimento do quadro de síndrome cólica. Não houve diferença nas médias das variáveis bioquímicas avaliadas antes e durante a síndrome. Em nove (69,3%) equinos a causa da cólica foi compactação de cólon maior, e nos demais (30,7%) distensão gástrica. Apesar da síndrome cólica acarretar rápidas alterações em variáveis físicas, o diagnóstico precoce, e o rápido início da terapia nos casos de compactação e distensão gástrica podem fazer com que variáveis bioquímicas permaneçam próximas ou dentro do limite de normalidade nas primeiras horas de iniciado o quadro da síndrome.

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Publicado

2023-04-18

Como Citar

1.
Dias RV da C, Bevilacqua PD, Filho JDR, Júnior JIR, Souza MV de. AVALIAÇÃO FÍSICA E LABORATORIAL DA SÍNDROME CÓLICA DE EQUINOS EM PARQUE DE VAQUEJADA. RVZ [Internet]. 18º de abril de 2023 [citado 30º de abril de 2024];20(4):658-72. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1470

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