USO DO ÁCIDO MEFENÂMICO EM RECEPTORAS DE EMBRIÕES EQUINOS
Palavras-chave:
ácido mefenâmico, éguas, progesterona, receptora, transferência de embriãoResumo
Com o intuito de estender um aceitável intervalo entre a ovulação da receptora e dia da transferência de embrião (TE), o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do ácido mefenâmico na capacidade de manutenção da função do corpo lúteo em receptoras que se encontravam no dia 10 do ciclo (D10), bem como verificar as taxas de prenhez após a transferência do embrião. Foram transferidos 48 embriões para receptoras no dia 10 do ciclo divididos em três grupos experimentais: Grupo 1 controle (n=18); Grupo 2 (n=15) receptoras tratadas com 1g de ácido mefenâmico por via oral desde o oitavo até o décimo sexto dia após a ovulação; Grupo 3 (n=15) receptoras tratadas com 1g de ácido mefenâmico por via oral no dia da transferência e por mais dois dias. Seis dias após a transferência dos embriões foi confirmada a gestação por ultrassonografia e repetida aos 30 dias. Para análise das porcentagens de gestação e classificação uterina no dia da TE foi utilizado o Teste de Fisher e para os valores obtidas da dosagem sérica de progesterona foi utilizado o teste de ANOVA seguido pelo teste de Tukey. O grupo controle apresentou 33,3% de taxa de gestação (6/18). Os grupos 2 e 3 apresentaram 40,0% (6/15) e 33,3% (5/15), respectivamente. Nas éguas não gestantes, os três grupos apresentaram queda progressiva na concentração média de progesterona, significativamente a partir do 12° dia pós ovulação, não havendo interferência no tempo da ocorrência da luteólise. As taxa de prenhez em receptoras D10 apresentaram índices satisfatórios em receptoras com bom tônus uterino e cervical no dia da TE. Conclui-se que o ácido mefenâmico não impediu a luteólise e não melhorou as taxas de prenhez das receptoras no dia 10 do ciclo estral.
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