SANIDADE DA GLÂNDULA MAMÁRIA E MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO LEITE DE BÚFALA PRODUZIDO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL AGRONÔMICA DA UFRGS

Resumo

A produção de leite de búfala se destina principalmente ao mercado de derivados, onde a qualidade do leite tem impacto direto. Com isso, este trabalho objetivou monitorar a sanidade da glândula mamária e a qualidade do leite de búfala produzido na Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. As ordenhas foram realizadas de acordo com os protocolos de Boas Práticas Agropecuárias. Foram coletadas amostras de leite de quartos mamários que apresentaram reação ao California Mastitis Test, para isolamento e identificação através de MALDI-TOF/MS do agente causador de mastite. O teste de suscetibilidade a antimicrobianos foi realizado pelo método de Kirby-Bauer. A produção de leite diária foi avaliada. Amostras de leite de búfala individuais e de conjunto foram coletadas para avaliar a contagem padrão em placa, contagem de células somáticas, perfil de ácidos graxos, além de resíduos de antimicrobianos e antiparasitários. A água utilizada no Tambo foi avaliada quanto a presença de coliformes totais e coliformes termotolerantes através da técnica de tubos múltiplos, e realizada a contagem de bactérias heterotróficas. Dos quartos mamários que apresentaram reação ao California Mastitis Test, foi isolado e identificado o agente Staphylococcus aureus, que apresentou sensibilidade a todos os antimicrobianos testados. A média diária de produção foi de 3,91 Kg/búfala/dia. As médias obtidas para contagem padrão em placa e contagem de células somáticas foram 1,69 x 10⁴  UFC/mL e 110 x 10³ cél./mL respectivamente. O perfil de ácidos graxos apresentou predominância dos ácidos graxos palmítico (C16:0) e oleico (C18:1- cis (n9)). Não foram identificados resíduos de antimicrobianos e antiparasitários. A água apresentou presença de coliformes totais, ausência de coliformes termotolerantes e a média para contagem de bactérias heterotróficas foi de 4,63 x 10 UFC/mL. A implementação de protocolos de Boas Práticas Agropecuárias contribuíram para a obtenção de um leite bubalino de qualidade, além de auxiliar no diagnóstico e prevenção de mastite.