Oroprevalência e aspectos epidemiológicos da cisticercose suína em criações de “fundo de quintal” na microrregião de Registro – SP
DOI:
https://doi.org/10.35172/rvz.2006.v13.268Palavras-chave:
Cisticercose, epidemiologia, suíno, ELISAResumo
O presente trabalho teve por objetivos determinar a soroprevalência da cisticercose suína em
criações de “fundo de quintal” na microrregião de Registro–SP e estudar os aspectos
epidemiológicos associados à ocorrência desta doença. Para tanto, foram analisadas, pelo
ELISA indireto, 551 amostras de soro suíno provenientes da região e realizado inquérito
epidemiológico com os proprietários dos animais estudados. Os resultados obtidos
demonstraram uma soroprevalência de 20,5%, identificando a região estudada como área
endêmica para cisticercose suína. Pela análise dos dados obtidos no inquérito epidemiológico,
houve associação entre a ocorrência de cisticercose suína e a faixa etária dos animais, o
histórico de vermifugação humana, a forma de criação suína e o destino das fezes humanas. O
maior tempo de exposição ao agente causal provavelmente levou os suínos com idade
superior a um ano a apresentarem maior taxa de infecção do que animais mais novos. O
tratamento humano com drogas anti-helmínticas pareceu ser uma medida eficaz no controle
da cisticercose suína. A criação de suínos soltos e o destino inadequado das fezes humanas
foram importantes fatores de risco para a cisticercose suína. As ações preventivas tais como
educação sanitária, adequação do saneamento básico rural, necessidade da criação de suínos
confinados, exame de fezes da população envolvida e respectivo tratamento de portadores de
teníase, são medidas factíveis, consideradas importantes. O conjunto de todos esses fatores
apoiados pelos órgãos oficiais de saúde servirá como ferramenta a ser aplicada no controle da
teníase por Taenia solium e da cisticercose suína em áreas rurais endêmicas, como a
microrregião de Registro-SP.
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