USO DE IMAGENS PARA DIAGNÓSTICO DE AFECÇÕES OCULARES – REVISÃO DE LITERATURA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35172/rvz.2021.v28.546

Palavras-chave:

cão, catarata, ecografia, retinopatia, tomografia

Resumo

A oftalmologia veterinária abrange o diagnóstico das alterações oculares, perioculares e retrobulbares primárias, e também suas manifestações sistêmicas e secundárias, o que se torna possível a partir da avaliação completa do bulbo ocular, órbita e anexos por meio do exame oftálmico completo e de exames complementares. Dentre os exames de imagens que auxiliam no diagnóstico das afecções oculares, a ultrassonografia está entre os exames de imagem mais utilizados na rotina veterinária, auxiliando na observação de anormalidades retrobulbares e na avaliação das estruturas bulbares na presença de opacificação de meios transparentes, por exemplo. Além da ultrassonografia, existem outras modalidades de exames, dentre eles a tomografia computadorizada, ressonância magnética, angiografia, microscopia especular, tomografia de coerência óptica (OCT) e angiografia por tomografia de coerência óptica (OCT-A).  Em virtude dos avanços tecnológicos na obtenção de imagens, a avaliação globo ocular e das estruturas orbitárias pode ser realizada com maior precisão, o que favorece o diagnóstico e a escolha terapêutica adequada. Objetiva-se com esta revisão enumerar os exames disponíveis, suas principais indicações, bem como sua aplicabilidade e estudos em animais domésticos.

Biografia do Autor

ALCÂNTARA, B. M., Unesp FCAV - Campus Jaboticabal

Graduada em Medicina Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ USP (2016). Realizou Aprimoramento em Cirurgia de Pequenos Animais pela FMVA Unesp Araçatuba (2019). Possui mestrado em Cirurgia Veterinária pela FCAV Unesp Jaboticabal (2020). Atualmente é doutoranda pelo Programa de Cirurgia Veterinária da FCAV Unesp Jaboticabal. Tem interesse na área de Cirurgia, Ortopedia e Neurologia de Pequenos Animais. 

MOI, T. S., Unesp FCAV - Campus Jaboticabal

Graduação em Medicina Veterinária (2011 - 2015), residência em Clínica Cirúrgica e Anestesiologia de Animais de Companhia e Silvestres (2016-2018) pela Universidade de Cuiabá. Mestrado em Cirurgia Veterinária pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp de Jaboticabal (em andamento) 2019.

GALERA, P.D., Unesp FCAV - Campus Jaboticabal

Paula Diniz Galera graduou-se em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/ Jaboticabal). Realizou estágio técnico em Clínica e Cirurgia Veterinária de Pequenos Animais na Freie Universität em Berlim, Alemanha, entre1994-1995. Concluiu Mestrado (1999) e Doutorado (2002) em Cirurgia Veterinária, com ênfase em Oftalmologia Veterinária, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/ Jaboticabal). Foi Professora Visitante na University of Florida - USA (2011/2012), na University of Illinois/ UC (2019) e na University of California- Davis (2020)/EUA. É diplomada pelo Colégio Latinoamericano de Oftalmologia Veterinária (CLOVE), tendo sido Vice-Presidente deste Colégio entre 2017-2019 e atual Presidente (2019-2021). Também é Membro diplomado e Presidente do Colégio Brasileiro de Oftalmologistas Veterinários (CBOV). Recebeu o Título de Especialista em Cirurgia Veterinária pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária (CBCAV) e do Colégio Brasileiro de Oftalmologistas Veterinários (CBOV). Membro da International Society of Veterinary Ophthalmology (ISVO) e do ISVO Steering Committee.Professora Associada IV da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (FAV/UnB), orienta alunos de Mestrado e Doutorado no Curso de Pós-Graduação em Ciências Animais. Foi coordenadora do Comitê de Ética de Uso Animal (CEUA-UnB). Foi Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (2018-2019). Atualmente é Affiliate Researcher na UC Davis School of Veterinary Medicine - EUA. Atua nas áreas de oftalmologia e cirurgia veterinária, sendo responsável pelo Serviço de Oftalmologia Veterinária e de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais da FAV/UnB, e coordenadora do Grupo de Estudos em Oftalmologia Veterinária (GEOV/UnB). Possui publicação em periódicos nacionais e internacionais, e é revisora de revistas científicas.

MADRUGA, G. M, Unesp FCAV - Campus Jaboticabal

Possui graduação em Medicina Veterinaria pela Universidade de Uberaba (2009). Residência em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário de Uberaba. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Cirurgia de Pequenos Animais. Fez intercâmbio em Ohio, United States of America (USA) por dois anos com o intuito de aperfeiçoar o inglês e melhorar os conhecimentos na medicina veterinária. Realizou o curso William Magrane Basic Science Course do ACVO - em Raleigh - North Carolina (2014). Mestrado na Universidade Federal de Mato Grosso em Ciências Veterinárias com foco na Oftalmologia Veterinária. Atualmente doutoranda na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" em Cirurgia Veterinária com foco em Oftalmologia veterinária e Ultrassonografia ocular. Doutorado sanduíche pela University of Minnesota sob a orientação Dra. Marina Leis. Professora do módulo de Oftalmologia da Pós Graduação de clínica e cirurgia de pequenos animais da Universidade de Uberaba.

MORAES, P.C, Unesp FCAV - Campus Jaboticabal

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1998), aprimoramento em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000), mestrado em Cirurgia Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002) e doutorado em Cirurgia Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2006). Atuou como docente durante sete anos no Centro Universitário Barão de Mauá, nas disciplinas de Técnica cirúrgica, patologia e clínica cirúrgica e Obstetrícia Animal. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Clínica Cirúrgica Animal, além de pesquisa com biomateriais e cirurgias em geral. Foi Professora Substituta no Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da Faculdade de Ciência Agrárias- UNESP- Câmpus de Jaboticabal, nas disciplinas de Técnica Cirúrgica, Patologia Cirúrgica Geral e Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais durante quatro anos. Atualmente é Professora Assistente Doutora da mesma Instituição.

PONTI, I.D., FCAV Unesp Jaboticabal

Graduanda em Medicina Veterinária na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - Faculdade de ciências agrárias e veterinárias, Campus Jaboticabal. 

Referências

1. Labruyère JJ, Hartley C, Rogers K, Wetherill G, McConnell JF, Dennis R. Ultrasonographic evaluation of vitreous degeneration in normal dogs. Vet Radiol Ultrasound 2008; 49 (2): 165-71. Disponível em https://doi.org/10.1111/j.1740-8261.2008.00344.x
2. Blohm KO, Hittmair KM, Tichy A, Nell B. Quantitative, noninvasive assessment of intra- and extraocular perfusion by contrast-enhanced ultrasonography and its clinical applicability in healthy dogs. Vet Ophthalmol 2019; 1 (11): 1-11. Disponível em https://doi.org/10.1111/vop.12648
3. Boroffka SAEB. Ultrasonographic evaluation of pre- and postnatal development of the eyes in beagles. Vet Radiol Ultrasound 2005; 46 (1): 72–9. Disponível em https://doi.org/10.1111/j.1740-8261.2005.00015.x
4. Galhoefer NS, Bentley E, Ruetten M, Grest P, Haessig M, Kircher PR, Dubielzig RR, Spiess BM, Pot SA. . Comparison of ultrasonography and histologic examination for identification of ocular diseases of animals: 113 cases (2000–2010). J Am Vet Med Assoc. 2013; 243 (3): 376–88. Disponível em https://doi.org/10.2460/javma.243.3.376
5. Dietrich UM. Ophthalmic Examination and Diagnostics Part 3: Diagnostic Ultrasonography. In: GELLAT, K.N. Veterinary Ophthalmology. 4. ed. Oxford: Blackwell Publishing. Iwoa; 2007. p. 507-19.
6. Barsotti G, Mannucci T, Citi S. Ultrasonography-guide dremoval of plant-based foreign bodies from the lacrimal sac in four dogs. BMC Vet Res. 2019; 15 (1). Disponível em https://doi.org/10.1186/s12917-019-1817-9
7. Williams DL. Lens morphometry determined by B-mode ultrasonography of the normal and cataractous canine lens. Vet Ophthalmol 2004; 7 (2): 91-5. Disponível em https://doi.org/10.1111/j.1463-5224.2004.04005.x
8. Bhatt AB, Schefler AC, Feuer WJ, Yoo SH, Murray TG. Comparison of predictions made by the intraocular lens masters and ultrasound biometry. Arch Ophthalmol 2008; 126 (7): 929-33. Disponível em https://doi.org/10.1001/archopht.126.7.929
9. Kubal WS. Imaging of orbital trauma. Radiographics 2008; 28 (6): 1729-39. Disponível em https://doi.org/10.1148/rg.286085523
10. Luyet C, Eichenberger U, Moriggl B, Remonda L, Greif R. Realtime visualization of ultrasound-guided retrobulbar blockade: an imaging study. Br J Anaesth 2008; 101 (6): 855-9. Disponível em https://doi.org/10.1093/bja/aen293
11. Schiffer SP, Rantanen NW, Leary CA, Bryan GM. Biometric study of the canine eye, using A-mode ultrasonography. Am J Anim Vet Sci 1982; 43, (5): 826-30. Disponível em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7091846/
12. Graham KL, Krpckenberger MB, Billson FM. Intraocular sarcoma associated with lens capsule rupture and persistenthy perplastic primary vitreous in a dog. Vet Ophthalmol, 2016; 21 (2): 188–93. Disponível em https://doi.org/10.1111/vop.12454
13. Hong S, Park S, Lee D, Cha A, Kim D, Choi J. Contrast-enhanced ultrasonography for evaluation of blood perfusion in normal canine eyes. Vet Ophthalmol 2018; p. 1-8. Disponível em https://doi.org/10.1111/vop.12562
14. PADUA, I.R.M.; ABREU, T.G.M.; MADRUGA, G.M. Olhos IN: FELICIANO, M.A.R. Ultrassonografia em cães e gatos. 1 ed. Ed. Medvet; 2019, p. 477- 508.
15. Moon, S.; Park, S.; Lee, S.; Cheon, B.; Hong, S.; Cho, H, Park JG, Alfajaro MM, Cho KO, Chang DW, Choi J. Comparison of elastography, contrast-enhanced ultrasonography, and computed tomography for assessment of lesion margin after radiofrequency ablation in livers of healthy dogs. Am J Anim Vet Sci 2017; 78 (3): 295–304. Disponível em https://doi.org/10.2460/ajvr.78.3.295
16. Novellas R, Espada Y, De Gopegui R. Doppler ultrasonographic estimation of renal and ocular resistive and pulsatility indices in normal dogs and cats. Vet Radiol Ultrasound 2007; 48 (1): 69–73. Disponível em https://doi.org/10.1111/j.1740-8261.2007.00206.x
17. Santos AC, Prado PTC, Cruz AAV. Orbital Imaging. Revisão Temática. Arq. Bras. Oftal. 1999; 62 (2). Disponível em https://doi.org/10.5935/0004-2749.19990041
18. Sauvage A, Bolen G, Monclin S, Grauwels M. Orbital compartment syndrome resulting in unilateral blindness in two dogs. Open Vet. J. 2018; 8 (4): 445-51. Disponível em doi: 10.4314/ovj.v8i4.15
19. Vieira NMG, Ranzani JJT, Brandão CVS, Cremonini DN, Schellini SA, Padovani CR, Vulcano LC, Almeida MF. Avaliação da epífora em cães usando dacriocistografia e tomografia computadorizada. Pesq. Vet. Bras. 2015; 35 (12):989-96. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2015001200008
20. Fischer MC, Busse C, Adrian AM. Magnetic resonance imaging findings in dogs with orbital inflammation. J Small Anim Pract. 2019; 60(2): 107-115. Disponível em https://doi.org/10.1111/jsap.12929
21. Pont RT, Freeman C, Denis R, Hartley C, Beltran E. Clinical and magnetic resonance imaging features of idiopathic oculomotor neuropathy in 14 dogs. Vet. Radiol. Ultrasound 2017; 58(3): 334-43. Disponível em https://doi.org/10.1111/vru.12478
22. Pigatto JAT, Cerva C, Freire CD, Abib FC, Bellini LP, Barros SM, Laus JL. Morphological analysis of the corneal endothelium in eyes of dogs using specular microscopy. Pesq. Vet. Bras. 2008; 28 (9): 427-30. Disponível em https://doi.org/10.1590/S0100-736X2008000900006
23. Nagatsuyu CE, Abreu PB, Kobashigawa KK, Conceição LF, Morales A, Andrade AL, Padua IRM, Martins BC, Laus JL. Non-contact specular microscopy in aphakic and pseudophakic dogs. Ciência Rural 2014; 44(4): 682-7. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84782014000400018
24. Wakaiki S, Maehara S, Abe R, Tsuzuki K, Igarashi O, Saito A, Itoh N, Yamashita k, Izumisawa Y. Indocyanine green angiography for examining the normal ocular fundus in dogs. J Vet Med Sci 2007; 69(5): 465-70. Disponível em doi: 10.1292/jvms.69.465.
25. Alario AF, Pirie CG, Pizzinari S. Anterior segment fluorescein angiography of the normal canine eye using a dSLR camera adaptor. Vet Ophthalmol 2013; 16(1):10-9. Disponível em https://doi.org/10.1111/j.1463-5224.2012.01007.x
26. McLellan GJ, Rasmussen CA. Optical Coherence Tomography for the Evaluation of Retinal and Optic Nerve Morphology in Animal Subjects: Practical Considerations. Vet. Opthalmol 2012; 15: 13-28.. Disponível em https://doi.org/10.1111/j.1463-5224.2012.01045.x
27. Malerbi FK, Andrade REA, Farah ME. OCT no Diagnóstico por Imagem, p.1-8. In: Farah M.E. (Ed.), Tomografia de Coerência Óptica: OCT. 2 ed. Cultura Médica, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. 2010.
28. Safatle AMV, Braga-Sá MBP, Barros PSM. Aspectos da tomografia de coerência óptica em cães com retinopatia. Pesq. Vet. Bras. 2015; 35 (2): 153-9. Dsponível em https://doi.org/10.1590/S0100-736X2015000200010
29. Hernandez-merino E, Kecova H, Jacobson SJ, Hamouche KN, Nzokwe RN, Grozdanic SD. Spectral domain optical coherence tomography (sd-oct) assessment of healthy female canine retina and optic nerve. Vet. Ophthalmol 2011; 14 (6): 400-5. Disponível em https://doi.org/10.1111/j.1463-5224.2011.00887.x
30. Braga-Sá MBP, Barros PSM, Jorge JS, Dongo P, Finkensieper P, Bolzan AA, Watanabe SS, Safatle AMV. Retina assessment by optical coherence tomography of diabetic dogs. Braz J Vet Res Anim Sci. 2018; 38 (10): 1966-71. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-5614
31. Novais EA, Roisman L, Oliveira PR, Louzada RN, Cole ED, Lane M, Bonini Filho M, Romano A, Dias JRO, Regatieri CV, Chow D, Belfort Jr R, Rosenfeld P, Waheed NK, Ferrara D, Duker JS. Optical Coherence Tomography Angiography of Chorioretinal Diseases. Ophthalmic Surg Lasers Imaging. 2016; 47(9): 848-61. Disponível em https://doi.org/10.3928/23258160-20160901-09
32. Roisman, L. Angiografia por Tomografia de Coerência Óptica: Presente e Futuro. Braz J Retina Vitreous 2018. Disponível em https://www.sbrv.org.br/angiografia-por-tomografia-de-coerencia-optica-presente-e-futuro .
33. Alnawaiseh M, Etmer C. Seidel L, Arnemann PH, Lahme L, Kampmeier TG, Rehberg SW, Heiduschka P, Eter N, Hessler M. Feasibility of optical coherence tomography angiography to assess changes in retinal microcirculation in ovine haemorrhagic shock. Critical Care 2018; 22 (138). Disponível em DOI 10.1186/s13054-018-2056-3

Arquivos adicionais

Publicado

2021-05-10

Como Citar

1.
Mendonça de Alcântara B, Scalon Magalhães Moi T, Ricardo Martinez Padua I, Diniz Galera P, Morais Madruga G, Castro Moraes P, Del Ponti I. USO DE IMAGENS PARA DIAGNÓSTICO DE AFECÇÕES OCULARES – REVISÃO DE LITERATURA. RVZ [Internet]. 10º de maio de 2021 [citado 21º de novembro de 2024];28:1-13. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/546

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)