LEVANTAMENTO DA FAUNA DE MORCEGOS COM PESQUISA DO VÍRUS RÁBICO DOS MUNICIPIOS DA 10ª REGIÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO, NO ANO DE 2013.

Autores

  • Avelino Albas
  • Luiza C. S. Rodenas
  • Cristiano Carvalho
  • Wagner A. Pedro
  • Rogério Giuffrida
  • Hermann B. Neto

Palavras-chave:

morcego, vírus da raiva, Região Sudeste do Brasil, diversidade, zoonoses.

Resumo

Os morcegos estão entre os vertebrados (mamíferos) que apresentam maior diversidade no mundo e estima-se que representem cerca de um quarto de toda a fauna brasileira. Apresentam grande importância biológica e para a saúde pública, pois são reservatórios e transmissores de diversas bactérias, fungos e vírus. Os morcegos urbanos são favorecidos por encontrar facilidade na captura de alimento nas cidades. Com frequência utilizam abrigos diurnos próximos às pessoas ou animais e essa proximidade pode ocasionar a transmissão de diversas enfermidades, e dentre elas a raiva. Essa doença é uma zoonose causada pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado. O objetivo do presente estudo é a classificação dos morcegos recolhidos por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) dos municípios da 10ª região administrativa do Estado de São Paulo, com a finalidade de melhor conhecimento da fauna regional e pesquisar possíveis amostras contaminadas com o vírus rábico. Sendo assim, foram classificadas 178 amostras de morcegos no ano de 2013, provenientes de 19 municípios. A pesquisa revelou somente um caso positivo no município de Presidente Prudente, SP, sendo que a amostra foi referente a um morcego frugívoro da espécie Artibeus lituratus, pertencente à família Phyllostomidae. Na classificação dos quirópteros foram identificadas três famílias de morcegos: Molossidae (n=147), Phyllostomidae (n=12) e Vespertilionidae (n=19). Dentro dessas famílias, foram identificadas 13 espécies, e dessas 93,26% apresentaram hábito alimentar insetívoro e 6,74% hábito alimentar frugívoro. E também, 48,92% dos morcegos foram pequenos com antebraço menor que 45 mm, 29,77% com antebraço entre 45 e 60 mm e 21,31% dos morcegos tiveram antebraço maior que 60 mm. O estudo pode contribuir para o conhecimento da diversidade de morcegos e a epidemiologia da raiva na região, alertando os órgãos responsáveis pelo controle desta zoonose com relação à circulação do vírus.

Referências

Aguiar LMS. Família Phyllostomidae. In: Reis RR et al. Morcegos do Brasil. 1. ed. Londrina: UEL, 2007.p.39.

Albas A. et al. Diagnóstico laboratorial da raiva na região oeste do Estado de São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop, Brasília, v. nov./dez. 2005, 38, n.6, p.493-495.

Albas A et al. Os morcegos e a raiva na região oeste de São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop, Brasília, mar/abr.2011, v.4 , n.2, p.201-205.

Ayres M et al. BioEstat 5.0: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Belém: Sociedade Civil Mamirauá, Brasília:CNPq, 2007.

Babboni SD, Modolo JR. Raiva: origem, importância e aspectos históricos. Unopar Cientifica Ciências Biológicas e da Saúde, Paraná, v jul./set. 2011, n.13(Esp), p.349-356,.

Batista HBCR, Franco AC, Roehe PM. Raiva: uma breve revisão. Acta Sci Vet, Rio Grande do Sul, out./fev.2007, v.35, n.2, p.125-144.

Bianconi GV, Pedro WA. Família Vespertilionidae. In: REIS, R.R. et al. Morcegos do Brasil. 1. ed. Londrina: UEL, 2007.p.153.

Bredt A, Araujo FAA, Junior JC. Morcegos em áreas urbanas e rurais: manual de manejo e controle. 1. ed. Brasília:Fundação Nacional de Saúde,1996. cap.1, p.09-15.

Bredt A, Araujo FAA, Junior JC. Morcegos em áreas urbanas e rurais: manual de manejo e controle. 1. ed. Brasília :Fundação Nacional de Saúde,1996. Cap.1: Os morcegos e o homem, p.10-20.

Bredt A, Uieda W, Pedro W. A. Plantas &morcegos: na recuperação de áreas degradadas e na paisagem urbana. 1.ed. Brasília: Rede de Sementes do Cerrado,2012.

Carvalho C et al. Caracterização da fauna de morcegos (mammalia, chiroptera) e ocorrência de vírus rábico na região noroeste do estado de São Paulo, Brasil. Veterinária e Zootecnia, Botucatu, v.18, n.3, p.490-503, set.2011.

Chaves ME, Sodré MM. Manejo de morcegos em áreas urbanas. 1. ed.Piracicaba: Editora CP 2,2007.p.139-144.

Cortes VA et al. Abrigos diurnos e infecção rábica em morcegos de Botucatu,São Paulo,Brasil. Vet e Zoot, SP, Botucatu, 1994, v.6, p.179-186.

Dean DJ. The fluorescentantibody. In: MESLIN, F.X et al. Laboratory techniques in rabies.4. ed. Geneve: World Health Organization, 1996.p.88-93.

Fabian ME, Gregorin R. Família Molossidae. In: REIS, R.R. et al. Morcegos do Brasil.1.ed. Londrina:UEL , 2007.p.149

Giometti J et al. Influência da suplementação com crômio na resposta imune humoral anti- rábica em bovinos. Arq Inst Biol, São Paulo, v out./dez., 2006,v 73, n.4, p.421-427.

Hickman JR CP. Mamíferos. In: HICKMAN JR, C.P; ROBERTS, L.S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. 15. ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.p.647

Koprowski H. Routine laboratory procedures: the mouse inoculation test. In: MESLIN, F.X et al. Laboratory techniques in rabies.4 ed.Geneve: World Health Organization, 1996.p.80-87.

Machado ABM, Martins CS, Drummond GM. Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção: incluindo as listas de espécies quase ameaçadas e deficientes em dados. Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte, 2005, p.160.

Martorelli LFA. et al.Isolamento do vírus rábico de morcego insetívoro Lasyurus borealis. Rev de Saúde Pública, São Paulo, fev. 1996, v.30, n.1, p. 101-102.

Oliveira PR et al. Levantamento, cadastramento e estimativa populacional das habitações de morcegos hematófagos, antes e após atividades de controle, no município de Araguari. Arq Inst Biol, São Paulo, out/dez.2009, v.76, n.4, p.553-560.

Peracchi AL et al. Ordem Chiroptera. In: REIS, N.R. et al. Mamíferos do Brasil.1. ed. Londrina: UEL,2006.p.153.

Reis RR et al. Sobre os morcegos brasileiros. In: REIS, N.R. et al. Morcegos do Brasil. 1.ed. Londrina: UEL, 2007. p.17

Reis R R et al. Morcegos do Brasil.1. ed. Londrina: UEL, 2007.p. 20.

Sodré MM, Gama AR, Almeida MF. Updated list of bat species positive for rabies in Brazil. Rev Inst Med Trop de São Paulo, São Paulo, mar./abr.2010,v.52, n.2, p.75-81.

Souza LC et al. Vigilância epidemiológica da raiva na região de Botucatu-SP: Importância dos quirópteros na manutenção do vírus na natureza. ARS Veterinária, Jaboticabal, 2005, v.21, n.1, p.062-068.

Steele JH. History of rabies. The natural history of rabies. In: BAER, G.M. The natural history of rabies. 2. ed.Boca Raton: RCR, 1991. p. 1-29

Swanepoel R. Rabies. In: COETZER, J.A.W.; TUSTIN, R.C. (Ed.). Inf Dis of Livestock. 2. ed. Oxfort: Oxford University, 2004. v.2, p. 1123-1182.

Taddei VA. Sistemática de Quirópteros. Bol Inst Pasteur, São Paulo, 1996, v.1, n.2, p.3-15.

Uieda W et al. Espécies de quirópteros diagnosticadas com raiva no Brasil. Bol Inst Pasteur, São Paulo, 1996, v.1, n.2, p.17-36.

Uieda W, Chaves M, Santos C. Guia das principais espécies de morcegos brasileiros. 1. ed. Botucatu: s.n, 2008.

Uieda W, Chaves ME, Santos CF. Guia das principais espécies de morcegos brasileiros. Botucatu: s.n, 2008.

Yalden D, Morris PA. The lives of bats.1.ed.London: Red Wood Burn, 1975.

Downloads

Publicado

2022-01-24

Como Citar

1.
Albas A, Rodenas LCS, Carvalho C, Pedro WA, Giuffrida R, Neto HB. LEVANTAMENTO DA FAUNA DE MORCEGOS COM PESQUISA DO VÍRUS RÁBICO DOS MUNICIPIOS DA 10ª REGIÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO, NO ANO DE 2013. RVZ [Internet]. 24º de janeiro de 2022 [citado 27º de abril de 2024];24(1):174-83. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/714

Edição

Seção

Artigos Originais