BEM ESTAR DE EQUINOS DE TRAÇÃO E PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS CARROCEIROS DE SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL

Autores

  • Luís Antônio Sangioni
  • Gustavo Cauduro Cadore
  • Sônia de Avila Botton
  • Fernanda Silveira Flores Vogel
  • Sergio da Silva Fialho
  • Felipe Lamberti Pivotto
  • Marinês Lazzari

Palavras-chave:

ação social, trabalho informal, tração animal, cavalos, veterinários

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar as condições de bem estar dos equinos de tração em Santa Maria, RS, e verificar o perfil sócio-econômico dos seus respectivos proprietários, vinculados ao projeto de extensão “Programa de Ação Social Amigos dos Carroceiros” (PASAC). Este estudo possui característica descritiva e retrospectiva, onde os dados primários foram coletados durante as atividades desenvolvidas no PASAC, desenvolvido pelo curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria, no período de março de 2011 a dezembro de 2013. Foram cadastrados 191 equinos de 123 famílias, sendo que, nenhum destes animais apresentava raça definida, tendo em sua maioria, idade acima dos 11 anos (45,6%, 87/191). Quanto à condição corporal, 58,6% (112/191) dos animais apresentavam aspecto de magro à regular, 33% (63/191) possuíam bom estado aparente e 8,4% (16/191) eram obesos. Entre as principais afecções clinicamente diagnosticadas no PASAC destacaram-se: desordens nutricionais, escoriações, conjuntivites, parasitoses, doenças infecto contagiosas, anemias, afecções músculo esqueléticas e pulmonares. A maior parte dos carroceiros (54,5%, 67/123) atendidos apresentava faixa etária entre 21 a 40 anos, ficando a eles a responsabilidade das atividades de trabalho e dos cuidados dos animais. Quanto ao nível de escolaridade 9,8% (12/123) não eram alfabetizados, 71,5% (88/123) possuíam o ensino fundamental incompleto e 18,7% (23/123) possuíam o ensino fundamental completo. Diante do perfil constatado, ações sociais e educativas devem ser incentivadas, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida dos carroceiros, bem como a promoção de programas visando o bem estar dos equinos de tração.

Referências

Wünsch Filho V. Reestruturação produtiva e acidentes de trabalho no Brasil: estrutura e tendências. Cad S Publ. 1999;15:41-51.

Rosa LAB, Kneipp JM, Gomes CM. A percepção dos recicladores da cidade de Santa Maria/RS. In: Anais... Santa Fé: XI Congresso Iberoamericano de Extension Universitaria. 2011;1-11.

Silva PJ, Brito MJ. Práticas da gestão de resíduos da construção civil: Uma análise da inclusão social de carroceiros e cidadãos desempregados. Gest Prod. 2006;13(3):545-556.

Aluja S A. The welfare of working equids in Mexico. Appl Anim Behav Sci. 1998;59:19-29.

Hovell GJR. Welfare considerations when attaching animals to vehicles. Appl Anim Behav Sci. 1998;59:11-17.

Cook WR. Pathophysiology of bit control in the horse. J Equine Vet Sci. 1999;19:196-204.

Ramaswamy NS. Draught animal welfare. Appl Anim Behav Sci. 1998;59:73-84.

McKeever KH. Aging and how it affects the physiological response to exercise in the Horse. Clin Tech Equine P. 2003;2(3):258-265.

Guimarães LA, Christopher U. Rural transport in eastern Amazonia: limitations, options, and opportunities. J Rural Stud. 1997;13(4):429-440.

Jones WE. Genética e criação de cavalos. São Paulo: Roca; 1989.

Naviaux JL. Cavalos na saúde e na doença. São Paulo: Roca; 1990.

Reichmann P. Projeto Carroceiro V – assistência médico veterinária aos carroceiros e seus animais de tração da região de Londrina – PR. Rev Elet Est. 2003; 2.

Silva Filho JM, Palhares MS, Maranhão RPA, Rezende HHC, Melo UP. Manejo alimentar dos animais de tração da regional Pampulha – Belo Horizonte. In: Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária; 2004, Belo Horizonte. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2004. p.34-37.

Baker GJ. Dental physiology. In: Easley KJ, Baker GJ. Equine dentistry. Londres: WB Saunders, 2002. p.29-34.

Costa LAP. Manual de hipologia. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1997.

Iriart JAB, Oliveira RP, Xavier SS, Costa MAS, Araújo GR, Santa VS. Representação do trabalho informal e dos riscos à saúde entre trabalhadoras domésticas e trabalhadores da construção civil. Ciência Saúde Coletiva. 2008;13:165-175.

Kaari P. A exploração de eqüídeos por carroceiros no Distrito Federal: direito, diagnóstico e educação ambiental [especialização]. Brasília: Centro de Desenvolvimento Sustentável e Direito Ambiental, Universidade de Brasília. 2006.

Maranhão RPA, Palhares MS, Melo UP, Rezende HHC, Braga CE, Silva Filho JM, et al. Afecções mais freqüentes do aparelho locomotor de eqüídeos de tração no município de Belo Horizonte. Arq Bras Med Vet Zoot. 2006;58:21-27.

Oliveira LM, Marques RL, Nunes CH, Cunha AMO. Carroceiros e eqüídeos de tração: um problema sócio-ambiental. Cam Geog. 2007;8(24):204–216.

Bursztyn M, Araújo CH. Da Utopia à Exclusão: Vivendo nas ruas de Brasília. Rio de Janeiro: Garamond/Codeplan; 1997.

Brasil. Decreto n° 26.289, de 18 de outubro de 2005. Relativa ao trânsito de veículos de tração animal nas vias públicas urbanas e faixas de domínio das rodovias do Distrito Federal. Lei orgânica do Distrito Federal, Brasília.

Smythe RH. A psique do cavalo. São Paulo: São Paulo; 1990.

Delgado CAG. Guía para el cuidado del equino de trabajo. Bogotá: ADA, 1999.

Broom D. Animal Welfare: the concept and the issues. In: Dolins FL. Attitudes to Animals: Views in Animal Welfare. Cambridge University Press, 1999. p.129-142.

Downloads

Publicado

2022-03-16

Como Citar

1.
Sangioni LA, Cadore GC, Botton S de A, Vogel FSF, Fialho S da S, Pivotto FL, Lazzari M. BEM ESTAR DE EQUINOS DE TRAÇÃO E PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS CARROCEIROS DE SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL. RVZ [Internet]. 16º de março de 2022 [citado 4º de novembro de 2024];23(4):679-87. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/852

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)