ANEXOS FETAIS: UMA FONTE ALTERNATIVA DE CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA EQUINA
Palavras-chave:
Células-tronco, anexos fetais, equinosResumo
A equideocultura tem um papel importante no agronegócio brasileiro gerando divisas e diversos empregos diretos e indiretos. Por este motivo, a pesquisa científica em prol do desenvolvimento da produção eqüina brasileira tem refletido a tendência atual induzindo estudos principalmente nas áreas de medicina esportiva, neonatologia e biotecnologias da reprodução. Assim, na última década surgiu um grande interesse no estudo das células-tronco para a medicina eqüina principalmente para o tratamento das lesões musculoesqueléticas e osteoarticulares dos cavalos atletas, pelo seu alto potencial de aplicação na medicina veterinária regenerativa. As células-tronco (CT) podem ser classificadas quanto seu grau de potencialidade como totipotentes, pluripotentes, multipotentes e unipotentes, e quanto a sua origem como embrionárias ou somáticas. As complicações do uso terapêutico das CTs embrionárias levaram à identificação de diversas fontes de células-tronco adultas, entre estas as CT hematopoiéticas e CTs mesenquimais. A fonte mais utilizada de células-tronco mesenquimais (CTM) é a medula óssea, no entanto, como o seu número e a capacidade de diferenciação destas células diminuem com a idade, seu potencial terapêutico também declina com o tempo. Devido a estas limitações outras fontes de células-tronco mesenquimais foram identificadas, sendo que as células derivadas dos anexos fetais têm recebido bastante destaque. CTMs derivadas do líquido amniótico, membrana amniótica, sangue do cordão umbilical e tecido de cordão umbilical humanos já foram isoladas e caracterizadas demonstrando muitas vantagens em sua utilização, como a coleta não invasiva e indolor, e a possibilidade de formação de bancos de armazenamento. Além disso, existem muitos relatos de que as CTMs derivadas de anexos fetais expressam marcadores embrionários como o Oct-4 e o Nanog, o que demonstra que estas células podem manter características de pluripotência dos tecidos de onde se originam. Recentemente, pesquisas com CTMs derivadas dos anexos fetais de eqüinos têm sido realizadas e vêm obtendo excelentes resultados. Esta revisão de literatura tem como objetivo reunir os estudos sobre as células-tronco mesenquimais com origem nos anexos fetais demonstrando-as como uma fonte alternativa, ética, de fácil obtenção e com grandes vantagens em sua utilização na medicina veterinária eqüina.
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