Saúde e alterações comportamentais de animais de equoterapia
DOI:
https://doi.org/10.35172/rvz.2019.v26.216Palavras-chave:
equoterapia, sanidade, equinoResumo
O bem-estar dos animais tornou-se uma grande preocupação social e identificar os fatores que o afetam é de suma importância. Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar os aspectos de manejo, sanidade e comportamentais de animais de equoterapia. Para tanto foi elaborado um questionário e distribuído para diferentes centros de equoterapia no Brasil (n=127), filiados à instituição regulamentadora da atividade, a ANDE-BRASIL, dos quais 27 foram respondidos. Dentre os aspectos abordados foi considerado a incidência de doenças, assistência veterinária, controle sanitário (vermifugação e vacinação), controle de entrada dos animais, incidência de cólica e aspectos comportamentais. Com isso verificou-se baixa incidência de doenças visto que 14,28% adoeceram uma vez por trimestre. Em 40,74% dos centros de equoterapia o médico veterinário realizava visitas mensais, refletindo em baixa casuística de doenças (14,81%). Notou-se um controle sanitário eficiente, visto que 85,18% dos animais eram vacinados anualmente e 70,27% vermifugados em intervalos adequados. Alguns locais funcionavam como centros equestres e a equoterapia foi uma atividade paralela. Sendo assim, é importante haver um controle de entrada dos animais através dos exames de notificação obrigatória. Boa parte dos centros de equoterapia apresentava o controle com exames e também exigiam vacinas (40,74%). Ocorria acompanhamento da saúde bucal dos animais (74,07%), o que favorecia a digestão dos alimentos e fez com que os casos de cólica fossem esporádicos (59,26%). Os cascos também eram limpos e o casqueamento ocorria em intervalos adequados. Em relação ao comportamento, os animais possuíam pelo menos 2 horas de contato físico entre si (74,07%), o que favorecia com que os animais não manifestassem em sua maioria estereotipias e agressividade. Como base nos resultados obtidos, evidenciou-se que a formação de uma equipe com conhecimento acerca do cavalo, bem como a assiduidade do veterinário contribuiu para um bom manejo sanitário nos centros avaliados.
Referências
All AC, Loving GL, Crane LL Animals, horseback riding, and implications for rehabilitation therapy. J Rehabil. 1999 65(3): 49–57.
Dittrich JR, Melo HÁ, Afonso AMCF, Dittrich RL Comportamento ingestivo de equinos e a relação com o aproveitamento das forragens e bem-estar dos animais. R Bras Zootec. 2010 39:30-137.
Millman ST, Duncan IJJ, Stauffacher M, Stookey JM The impact of applied ethologists and the International Society for Applied Ethology in improving animal welfare. Appl Anim Behav Sci, 2004 86 :299-311.
Broom DM Welfare: stress and the evolution of feelings Adv Study Behav, 1998 27:371-403.
Duncan, IJH Animal Welfare defined in terms of feelings. Acta Agric Scand Sect A, Animal Sci Suppl, 1996 27: 29–35.
Dawkins, M.S. Animal welfare and the paradox of animal consciousness. Adv Study Behav, 201547:1-34.
Bromm, DM, Molento, CFM Bem-estar animal: conceito e questões relacionadas – Revisão. Arch. Vet. Sci. 20049:1-11.
Bird J. Cuidado Natural del Caballo. Acanto, 2004, 206p.
Cintra AGC. O CAVALO: Características, Manejo e Alimentação. 1ªed. São Paulo:Roca; 2010.
Murray MJ, Grodinsky C, Anderson CW, Radue PF, Schmidt GR Gastric ulcers in horses: a comparison of endoscopic findings in horses with and without clinical signs. Equine Vet J Suppl. 1989 7:68-72.
Leme DP, Parsekian ABH, Kanaan V, Hötzel MJ Management, health, and abnormal behaviors of horses: A survey in small equestrian centers in Brazil, J Vet Behav, 2014 9(3):114-118.
Brady HA, Nichols WT Drug Resistance in Equine Parasites: An Emerging Global Problem, J Equine Vet Sci. 2009 29:285-295.
Love S. Treatment and prevention of intestinal parasite-associated disease. Vet. Clin. N. Am. – Equine. 2003 19:791-806.
MAPA. Manual de preenchimento para emissão de guia de trânsito animal de equídeos versão 19.0, 2017.
Dixon PM, Dacre, I A review of equine dental disorders. Vet J. 2005 169:165-187.
Frape D Sistema digestório. In: FRAPE, D. Nutrição e alimentação de equinos. 3ª. ed. São Paulo: Roca, 2007.
Hall C, Huws N, White C, Taylor E, Owen H, Mcgreevy P Assessment of ridden horse behavior, J Vet Behav. 2013 8(2):62-73.
MAPA. Manual de boas práticas de manejo em equideocultura. 2016
AWIN, 2015. AWIN welfare assessment protocol for horses.
Harris, S Grooming to Win: How to Groom, Trim, Braid, and Prepare Your Horse for Show. 3a. ed. New Jersey:Wiley Publishing; 2008.
Foor D Balancing and Shoeing the Equine Foot. In: Floyd AE, Mansmann RA Equine Podiatry, St. Louis:W.B. Saunders; 2007, p.379-392.
Visser EK, Ellis AD, Van Reenen CG The effect of two different housing conditions on the welfare of young horses stabled for the first time. Appl Anim Behav Sci. 114 2008: 521-533.
Nicol CJ (1999) Stereotypies and their relationship to management. In: Proceedings of the BEVA Specialist Days on Behaviour and Nutrition, Eds: P.A.Harris, G.Gomarsall, H.P.B.Davidson and R.Green, Equine Vet J Journal, Newmarket , UK . pp 11–14.
Henderson JV, Waran NK Reducing equine stereotypies using an Equiball TM. J V Animal Welfare. 2001 10:73-80.
Cintra AGC Alimentação Equina. 1ª ed., São Paulo:Roca, 2016.
Fureix C, Bourjade M, Henry S, Sankey C, Hausberger M. Exploring aggression regulation in managed groups of horses. Appl Anim Behav Sci. 2012 138:216-228.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.