PESQUISA DE ANTICORPOS E DE DNA DE Leptospira spp. EM SORO CANINO

Autores

  • Helio Langoni
  • Maíra Claudio de Ponte
  • Daniela Barbosa
  • Marcela de Pinho Manzi
  • Rodrigo Costa da Silva
  • Benedito Donizete Menozzi

Palavras-chave:

cães, anticorpos, DNA bacteriano

Resumo

A leptospirose é uma antropozoonose causada por diferentes sorotipos de leptospiras cuja epidemiologia está associada a altos índices pluviométricos, com alta ocorrência em animais de companhia, de interesse zootécnico e espécies silvestres. Os cães tem estreita relação com humanos e pela infecção renal podem eliminar a bactéria pela urina, sendo importante fonte de infecção. O presente estudo objetivou a determinação da soroprevalência e a carga bacteriana de Leptospira spp. em 151 de um Centro de Controle de Zoonoses. Foram coletadas amostras de sangue para a obtenção de soro e realização da prova de Soroaglutinação Microscópica (SAM). 59/151 (39,1%) dos animais foram sororreagentes para pelo menos um sorovar sendo os de maior prevalência e com títulos mais elevados o sorovar Copenhageni (23,73%) pertencente ao sorogrupo Icterohaemorrhagiae e o sorovar Icterohaemorrhagiae (16,95%). O sorovar Canicola, comumente encontrado nos cães, apresentou 10,17% de sororreatividade com títulos menores. As amostras de soro foram também submetidas a pesquisa de DNA da bactéria pela reação em cadeia pela polimerase convencional (cPCR) utilizando-se os primers Lep1 e Lep2 e apenas uma amostra foi positiva sendo submetida a PCR quantitativa (qPCR), que resultou numa carga bacteriana de 14.829.820/mL. Os resultados demonstram evidência de infecção por Leptospira spp. em cães, com níveis de anticorpos detectáveis à SAM, e que em um cão foi possível detectar a bactéria no soro sanguíneo. Destaca-se, portanto, a dispersão de diferentes sorovares de Leptospira spp. no ambiente, devido à eliminação destes sorovares por animais portadores renais, bem como o risco de transmissão para outros animais e humanos e a importância dos cães como animais sentinelas nos estudos epidemiológicos.

Referências

Coiro CJ, Langoni H, Da Silva RC, Ullmann LS. Fatores de risco para leptospirose, leishmaniose, neosporose e toxoplasmose em cães domiciliados e peridomiciliados em Botucatu-SP. Veterinária e Zootecnia. 2011; 18(3):393-407.

Villanueva SYAM, Ezoe H, Baterna RA, Yanagihara Y, Muto M, Koizumi N, Fukui T, Okamoto Y, Masuzawa T, Cavinta LL, Gloriani NG, Yoshida S. Serologic and molecular studies of leptospira and leptospirosis among rats in the Philippines. Am. J. Trop. Med. Hyg., 2010; 82(5):889-898.

Bharti AR, Nally JE, Ricaldi JN, Mathias MA, Diaz MM, Lovett MA, Levett PN, Gilman RH, Willig MR, Gatuzzo E, Vinetz JM. Leptospirosis: a zoonotic disease of global importance. The Lancet, Infectious Diseases, 2003; 3:757-771.

Fonzar UJD, Langoni H. Geographic analysis on the occurrence of human and canine leptospirosis in the city of Maringá, state of Paraná, Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2012; 45:100-105.

Mascolli R, Vasconcelos AS, Pinheiro SR, Moraes Z. Inquérito sorológico para leptospirose em cães do município de Santana de Parnaíba, São Paulo, utilizando a campanha de vacinação anti-rábica de 1999. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, 2001; 69(2):25-32.

Modolo JR, Langoni H, Padovani CR, Shimabukuro FH, Mendonça AO, Victória C, Silva WB. Investigação Soroepidemiológica De Leptospirose Canina Na Área Territorial Urbana De Botucatu, São Paulo, Brasil. Brazilian Journal Of Veterinary Research And Animal Science. 2006; 43:598-604.

Lavinsky MO, Said, RA, Strenzel GMR, Langoni H. Seroprevalence of anti-Leptospira spp. antibodies in dogs in Bahia, Brazil. Preventive Veterinary Medicine. 2012; 106:79-84.

Kikuti M, Langoni H, Nobrega DN, Corrêa APFL, Ullmann LS. Occurrence and risk factors associated with canine leptospirosis. The Journal of Venomous Animals and Toxins Including Tropical Diseases. 2012; 18:124-127.

Fayne S. Leptospira and leptospirosis, CRC Press Inc., 1994. 353p.

CDC. Epi Info, 2002. Disponível em: . Acesso em: 14 mar. 2012.

Dias RA, Garcia RC, Silva DF, Amaku M, Ferreira Neto JS, Ferreira F. Estimativa de populações canina e felina domiciliadas em zona urbana do Estado de São Paulo. Ver. Saúde Pública. 2004; 38(4):565-570.

BRASIL. Manual de Leptospirose. (2.ed.) Coordenação de Controle de Zoonoses e Animais Peçonhentos, Fundação Nacional de Saúde, Centro Nacional de Epidemiologia. Brasília: Ministério da Saúde; 1995. 98p.

Mérien F, Amouriax P, Perolat P, Baranton G, Saint Girons I. Polymerase chain reaction for detection of Leptospira spp. in clinical samples. J. Clin. Microbiol., 1992; 30(9):2219-2224.

Triola MF. (9.ed.) Introdução à estatística. Rio de Janeiro: LTC; 2005. 682 p.

Rodrigues AMA et al. Anticorpos revelados pelo teste de inibição do crescimento de leptospiras in vitro (TICL) contra os sorovares Canicola, Icterohaemorrhagiae e Copenhageni em cães adultos revacinados anualmente com vacina comercial contendo bacterinas dos sorovares Canicola, Icterohaemorrhagiae, Grippotyphosa e Pomona. Pesq. Vet. Bras. 2013; 33(5):627-34.

Stokes JE, Kaneene JB, Schall D, Kruger JM, Miller R, Kaiser L, Bolin CA. Prevalence of serum antibodies against six Leptospira serovars in healthy dogs. J. Am. Vet. Med. Assoc.2007; 230(11):1657-64.

Suepaul SM, Carrington CVF, Campbell M, Borde G, Adesiyun AA. Serovars of Leptospira isolated from dogs and rodents. Epidemiol. Infect. 2010; 138:1059-70.

Batista CSA, Alves CJ, Azevedo SS, Vasconcellos SA, Morais ZM, Clementino IJ, Alves FAL, Lima FS, Araújo Neto JO. Soroprevalência e fatores de risco para a leptospirose em cães de Campina Grande, Paraíba. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 2005; 57(2):179-185.

Mothershed EA, Whitney AM. Nucleic acid-based methods for the detection of bacterial pathogen: present and future considerations for the clinical laboratory. Clinica Chimica Acta. 2006; 262:206-20.

Lilebaum W, Varges R, Ristow P, Cortez A, Souza SO, Ritchtzenhain LJ, Vasconcellos SA. Identification of leptospiras spp. carriers among soronegative goats and sheep by polymerase chain reaction. Research in Veterinary Science. 2009; 87:16-19.

Hamond C, Martins G, Lilebaum W, Medeiros MA. PCR detection of leptospiral carriers among seronegative horses. The veterinary record. 2012; 171:105-6.

Downloads

Publicado

2022-04-11

Como Citar

1.
Langoni H, Ponte MC de, Barbosa D, Manzi M de P, Silva RC da, Menozzi BD. PESQUISA DE ANTICORPOS E DE DNA DE Leptospira spp. EM SORO CANINO. RVZ [Internet]. 11º de abril de 2022 [citado 21º de dezembro de 2024];22(3):429-36. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/908

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >>