AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE ESTRUTURAS REPRODUTIVAS, FÍGADO E VESÍCULA BILIAR DE Boa constrictor (Linnaeus, 1758) ex situ

Autores

  • Carolina Melchior do Prado UFPR
  • Mathias Dislich
  • Ricardo Birolini Clasta
  • Zalmir Silvino Cubas

DOI:

https://doi.org/10.35172/rvz.2020.v27.175

Palavras-chave:

ultrassonografia, medicina de animais selvagens, serpentes

Resumo

A ultrassonografia possibilita avaliações que resultam em informações relevantes para a manutenção das espécies em cativeiro. Desse modo, realizou-se um estudo com 15 exemplares de Boa constrictor, de ambos os sexos, a fim de caracterizar a aparência ultrassonográfica das estruturas reprodutivas, fígado e vesícula biliar desses animais, pela técnica da janela lateral. Além disso, avaliou-se a influência dos fatores intervalo entre alimentações e o tamanho dos indivíduos na caracterização ultrassonográfica das estruturas. Folículos pré-vitelogênicos foram caracterizados por formato arredondado, preenchidos basicamente por conteúdo anecoico e com ecotextura homogênea e grosseira e folículos vitelogênicos apresentaram conteúdo anecogênico e hipoecogênico, ambos com margens finas e regulares. Os testículos foram caracterizados por formato alongado, parênquima com média ecogenicidade, margens regulares e ecotextura homogênea. O fígado apresentou formato alongado, parênquima com ecogenicidade mista (hipoecoico a levemente hiperecoico), margens ecogênicas, ecotextura homogênea e tamanho médio de 27,6 cm. A vesícula biliar apresentou formato arredondado, preenchida por conteúdo anecoico, envolvida por uma margem fina hiperecogênica. Dos fatores avaliados, o intervalo entre alimentações foi o que mais influenciou na caracterização ultrassonográfica das estruturas. O tamanho das serpentes não exerceu nenhuma influência. Foi possível concluir que o ultrassom, por meio da técnica da janela lateral, é eficaz na avaliação dos órgãos estudados.

Referências

1. Pimenta-Neto FC, Guerra PC, Costa FB, Araújo AVC, Minglino MA, Bombonato PP, et al. Ultra-sonografia do fígado, aparelho renal e reprodutivo da jibóia (Boa constrictor). Pesqui Vet Bras. 2009; 29: 317-321.
2. Banzato T, Russo E, Toma AD, Palmisano G, Zotti A. Evaluation of radiographic, computed tomographic, and cadaveric anatomy of the boa constrictors. American Journal of Veterinary Research. 2011; 72: 1592-1599.
3. Banzato T, Russo E, Finotti L, Milan MC, Giansella M, Zotti A. Ultrasonographic anatomy of the coelomic organs of boid snakes (Boa constrictor imperator, Python regius, Python molurus molurus, and Python curtus). American Journal of Veterinary Research. 2012; 73: 634-645.
4. Matayoshi PM. Caracterização ultrassonográfica, morfofisiológica do sistema reprodutor de machos e fêmeas de Cotralus terrificus terrificus [dissertação]. Botucatu: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista; 2011.
5. Lima DJS, Bastos RKG, Seixas LS, Luz MA, Branco ER, Souza NF. et al. Variação sazonal dos valores de bioquímica sérica de jibóias amazônicas (Boa constrictor constrictor) mantidas em cativeiro. Biotemas. 2012; 25: 165-173.
6. Valente FS, Bianchi SP, Contesini EA. Particularidades na contenção química e na anestesia de serpentes. Veterinária em Foco. 2013; 10: 210-221.
7. Viana DC, Silva KB, Santos AC, Oliveira AS. Perfil bioquímico em serpentes – revisão de literatura. Rer. Ciências Exatas e da Terra e Ciências Agrárias. 2014; 9: 56-61.
8. Zacariotti RL. Reprodução e obstetrícia em répteis. In: Cubas ZS, Silva JCR, Catão-Dias JL. Tratado de animais selvagens: medicina veterinária. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. p. 2228-2234.
9. Carvalho FC, Santos CM, Santos SM, Passaglia PG, Andrade AM, Jannini AE et al. Observações preliminares do comportamento de Boa constrictor (Serpentes: Boidae) mantidas em cativeiro no Parque Municipal Zoológico Jacarandá, Uberaba – MG. In: Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil; 2007, Caxambu. Caxambú: Sociedade de Ecologia do Brasil; 2007. p.1-2.
10. Garcia VC. Avaliações ultrassonográficas dos ciclos reprodutivos das serpentes Boidae Neotropicais. São Paulo [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo; 2012.
11. Lock BA, Wellehan J. Ophidia (Snakes). In: Miller RE, Fowler ME. Fowler’s: zoo and wild animal medicine. Vol. 8. St. Louis: Saunders, 2012. p. 60-74.
12. Rocha EC, Bernarde PS. Predação do lagarto Tupinambis teguixin (LINNAEUS, 1758) pela serpente Boa constrictor constrictor LINNAEUS, 1758, em Mato Grosso, Sul da Amazônia, Brasil. Revista de Ciências Agro-Ambientais. 2012; 10: 131-133.
13. Fiorini LC, Craveiro AB, Mendes MC, Neto LC, Silveira RD. Morphological and molecular identification of ticks infesting Boa constrictor (Squamata, Boidae) in Manaus (Central Brazilian Amazon). Braz. J. Vet. Parasitol. 2014; 23: 539-542.
14. Prado LP. Ecomorfologia e estratégias reprodutivas nos Boidae (Serpentes), com ênfase nas espécies neotropicais [tese]. Campinas: Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas; 2006.
15. Andrade RS, Monteiro FOB, Ribeiro ASS, Ruffeil LAAS, Castro PHGC. Anatomia ultrassonográfica de fígado, baço e trato urogenital em jibóias. Rev.Ciênc. Agrar. 2012; 55: 66-73.
16. Grego KF, Albuquerque LR, Kolesnikovas CKM. Squamata (Serpentes). In: Cubas ZS, Silva JCR, Catão-Dias JL. Tratado de animais selvagens: medicina veterinária. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. p. 186-218.
17. O’Malley B. Clinical Anatomy and Physiology of Exotic Species. Philadelphia: Saunders, 2005. p. 77-93.
18. Zacariotti RL. Avaliação reprodutiva e congelação de sêmen em serpentes [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo; 2008.
19. Matayoshi PM, Souza PM, Ferreira-Junior RS, Prestes NC, Santos RV. Avaliação ultrassonográfica da cavidade celomática de serpentes. Vet e Zootec. 2012; 19: 448-459.
20. Augusto AQ, Hildebrandt TB. Ultrassonografia. In: Cubas ZS, Silva JCR, Catão-Dias JL. Tratado de animais selvagens: medicina veterinária. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. p. 1706-1720.
21. Dyke JUV, Beaupre SJ. Bioenergetic components of reproductive effort in viviparous snakes: Cost of vitellogenesis exceed costs of pregnancy. Comparative Biochemistry and Physiology. 2011; 160: 504-515.
22. Garcia VC, Vac MH, Badiglian L, Almeida-Santos SM.. Avaliação ultrassonográfica do aparelho reprodutor em serpentes vivíparas da família Boidae. Pesq. Vet. Bras. 2015; 35: 311-318.
23. Hochleithner C, Holland M. Ultrasonography. In: Mader DR, Divers SJ. Current therapy in reptile medicine and surgery. St. Louis: Saunders, 2013. p. 107-127.
24. Hollingworth SR, Holberg BJ, Strunk A, Oakley AD, Sickafoose LM, Kass PH. Comparison of ophthalmic measurements obtained via high-frequency ultrasound imaging in four species of snakes. American Journal of Veterinary Research. 2007; 68: 1111-1114.
25. Tem Tem AMM. Radiologia e ecografia em aves e répteis [dissertação]. Porto: Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade do Porto; 2009.
26. Stahlschmidt Z, Brashears J, Denardo D. The use of ultrasonography to assess reproductive investment and output in pythons. Biological Journal of the Linnean Society. 2011; 103: 772-778.
27. Prades RB, Lastica EA, Acorda JA. Ultrasonography of the urogenital organs of male water monitor lizard (Varanus marmoratus, Weigmann, 1834). Philipp J Vet Sci. 2013; 39: 247-258.
28. Hedley J, Eatwell K, Schwarz T. Computed tomography of ball pythons (Python regius) in curled recumbency. Vet Radiol Ultrasound. 2014; 55: 380-386.
29. Samaniego CAA, Lastica-Ternura EA, Acorda JA, Pajas AMGA. Ultrasonographic findings in the liver, gallblandder and kidneys of captive reticulates pythons (Python reticulatus, Schneider, 1801) (Reptilia: Pythonidae) with pneumonia. Philipp J Vet Sci. 2015; 41: 119-126.
30. Zulim RM, Geller FF, Cardoso GS, Mamprim MJ, Teixeira CR, Andrade RS. Ultrasound and computed tomography descriptions of the liver the Boa constrictor. Vet e Zootec. 2012; 19: 1-16.

Arquivos adicionais

Publicado

2020-11-24

Como Citar

1.
do Prado CM, Dislich M, Clasta RB, Cubas ZS. AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE ESTRUTURAS REPRODUTIVAS, FÍGADO E VESÍCULA BILIAR DE Boa constrictor (Linnaeus, 1758) ex situ. RVZ [Internet]. 24º de novembro de 2020 [citado 30º de abril de 2024];27:1-10. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/175

Edição

Seção

Artigos Originais