PREVALÊNCIA DE AGRAVOS RELACIONADOS A ANIMAIS EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DA BAHIA, NORDESTE DO BRASIL: MEDIDAS PROFILÁTICAS E ABANDONO DE TRATAMENTO
DOI:
https://doi.org/10.35172/rvz.2025.v32.1690Palavras-chave:
Agravos, Medidas profiláticas, Pós exposição, Vigilância epidemiológicaResumo
O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que qualquer pessoa com histórico de exposição a acidentes com animais potencialmente transmissores da raiva busque assistência médica. Recomendações inadequadas de tratamento podem expor os pacientes a eventos adversos. Este estudo teve como objetivo analisar as características epidemiológicas e sociodemográficas do tratamento antirrábico humano no município de Feira de Santana entre 2008 e 2019. Foram analisadas variáveis relacionadas com as características dos agravos provocados por animais e o perfil sociodemográfico da população atendida, com base nos registros do Sistema de Informação de Doenças de Notificação, e essas variáveis foram associadas ao perfil epidemiológico. Os tratamentos indicados foram classificados como adequados ou inadequados, de acordo com o tipo de exposição, a associação com a gravidade dos agravos e o abandono do tratamento. De acordo com os resultados, a maioria dos casos envolveu indivíduos com idades entre 20 e 39 anos (28,20%), do sexo masculino (51,05%), pardos (80,95%), com ensino fundamental incompleto (49,61%) e residentes em áreas urbanas (90,97%). Os ataques por animais carnívoros foram os mais frequentes, sendo as mordeduras responsáveis por 94,58% das exposições. Considerou-se inadequado o tratamento para acidentes graves com animais domésticos, como casos suspeitos de raiva e animais raivosos, desaparecidos ou mortos. Além disso, foram registrados 131 casos nos quais os pacientes interromperam qualquer tipo de tratamento recomendado. Em conclusão, esses resultados destacam a necessidade contínua de estratégias adequadas de prevenção e monitoramento, bem como o desenvolvimento de medidas eficazes para evitar o abandono do tratamento
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