PREVALÊNCIA DE AGRAVOS RELACIONADOS A ANIMAIS EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DA BAHIA, NORDESTE DO BRASIL: MEDIDAS PROFILÁTICAS E ABANDONO DE TRATAMENTO

Autores

  • Me. Priscylla Marcelly Universidade Estadual de Feira de Santana/ Programa de Pós Graduação em Modelgaem em Ciências da Terra e do Ambiente, Grupo de Pesquisa em Zoonoses e Saúde Pública https://orcid.org/0000-0001-5444-7009
  • Dr. Aristeu Vieira da Silva Universidade Estadual de Feira de Santana/ Programa de Pós Graduação em Modelgaem em Ciências da Terra e do Ambiente, Grupo de Pesquisa em Zoonoses e Saúde Pública https://orcid.org/0000-0003-3842-2279

DOI:

https://doi.org/10.35172/rvz.2025.v32.1690

Palavras-chave:

Agravos, Medidas profiláticas, Pós exposição, Vigilância epidemiológica

Resumo

O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que qualquer pessoa com histórico de exposição a acidentes com animais potencialmente transmissores da raiva busque assistência médica. Recomendações inadequadas de tratamento podem expor os pacientes a eventos adversos. Este estudo teve como objetivo analisar as características epidemiológicas e sociodemográficas do tratamento antirrábico humano no município de Feira de Santana entre 2008 e 2019. Foram analisadas variáveis relacionadas com as características dos agravos provocados por animais e o perfil sociodemográfico da população atendida, com base nos registros do Sistema de Informação de Doenças de Notificação, e essas variáveis foram associadas ao perfil epidemiológico. Os tratamentos indicados foram classificados como adequados ou inadequados, de acordo com o tipo de exposição, a associação com a gravidade dos agravos e o abandono do tratamento. De acordo com os resultados, a maioria dos casos envolveu indivíduos com idades entre 20 e 39 anos (28,20%), do sexo masculino (51,05%), pardos (80,95%), com ensino fundamental incompleto (49,61%) e residentes em áreas urbanas (90,97%). Os ataques por animais carnívoros foram os mais frequentes, sendo as mordeduras responsáveis por 94,58% das exposições. Considerou-se inadequado o tratamento para acidentes graves com animais domésticos, como casos suspeitos de raiva e animais raivosos, desaparecidos ou mortos. Além disso, foram registrados 131 casos nos quais os pacientes interromperam qualquer tipo de tratamento recomendado. Em conclusão, esses resultados destacam a necessidade contínua de estratégias adequadas de prevenção e monitoramento, bem como o desenvolvimento de medidas eficazes para evitar o abandono do tratamento

Biografia do Autor

Me. Priscylla Marcelly, Universidade Estadual de Feira de Santana/ Programa de Pós Graduação em Modelgaem em Ciências da Terra e do Ambiente, Grupo de Pesquisa em Zoonoses e Saúde Pública

Graduada no curso de Bacharelado em Ciências Biológicas (UEFS), cursando Licenciatura em Ciências Biológicas, Mestre em Ciências Ambientais e doutoranda no Programa de Pós Graduação em Modelagem e Ciências da Terra e do Ambiente - UEFS pela Universidade Estadual de Feira de Santana, participa do Grupo de Pesquisa em Zoonoses e Saúde Pública - UEFS, desde o período 2013; Experiência em zoonoses, Epidemiologia, Saúde Única e Análises Geoespaciais.

Dr. Aristeu Vieira da Silva, Universidade Estadual de Feira de Santana/ Programa de Pós Graduação em Modelgaem em Ciências da Terra e do Ambiente, Grupo de Pesquisa em Zoonoses e Saúde Pública

Aristeu Vieira da Silva é doutor em Doenças Tropicais pela Faculdade de Medicina da UNESP/Botucatu (2003). Professor Pleno da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS/BA) é coordenador do Grupo de Pesquisa em Zoonoses e Saúde Única. Publicou mais de uma centena de artigos em periódicos científicos com "peer review", e mais de 350 trabalhos em anais de eventos. Orientou dissertações de Mestrado e teses de Doutorado, trabalhos de Iniciação Científica, de Iniciação Tecnológica e em Extensão, Especializações e Trabalhos de Conclusão de Curso de Graduação nas áreas de Medicina Veterinária, Farmácia e Ciências Biológicas. Recebeu quatro prêmios ou homenagens. Participa de projetos de pesquisa na UEFS, UEL e UFBA. É associado do Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária, da World Association for the Advancement of Veterinary Parasitology, da Associação de Profissionais de Epidemiologia de Campo (ProEPI), da International Society of Geospatial Health (GnosisGIS) e da Rede Brasileira de Pesquisa em Toxoplasmose (Rede TOXO). Atua na área de Epidemiologia, com ênfase em Zoonoses, Saúde Pública e Saúde Única. Tem sido coordenador de projetos de pesquisa e extensão patrocinados pela FAPESB, CNPq e CAPES. Os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica são toxoplasmose, epidemiologia e zoonoses. É Brigadista de Incêndio na UEFS.

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2025-07-10

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Marcelly Vilanova Oliveira do Nascimento P, Vieira da Silva A. PREVALÊNCIA DE AGRAVOS RELACIONADOS A ANIMAIS EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DA BAHIA, NORDESTE DO BRASIL: MEDIDAS PROFILÁTICAS E ABANDONO DE TRATAMENTO. RVZ [Internet]. 10º de julho de 2025 [citado 5º de dezembro de 2025];32:1-13. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1690

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