PROTEINOGRAMA DE OVELHAS ACOMETIDAS POR CASOS NATURAIS DE TOXEMIA DA PRENHEZ

Resumo

Os estudos sobre a toxemia da prenhez (TP) na espécie ovina têm sido constantes e
inovadoradores em alguns conceitos, porém não há relatos no Brasil sobre o proteinograma
em ovelhas acometidas por casos naturais da doença. Diante disso, objetivou-se avaliar o
proteinograma de ovelhas com a enfermidade e comparar os resultados de acordo com a
presença apenas da TP e de outras doenças concomitantes. Foram avaliadas 35 ovelhas
atendidas na Clínica de Bovinos, campus Garanhuns/UFRPE, diagnosticadas com TP, no
período de 2007 a 2013. Os animais foram submetidos ao exame clínico e ultrassonográfico,
seguido de coleta de sangue e urina para exames laboratoriais. Todos os animais exibiram
uma sintomatologia clínica condizente com um quadro de TP. Os níveis séricos de betahidroxibutirato (BHB) e ácidos graxos não esterificados (AGNE) encontraram-se elevados em
todas as ovelhas. Os valores de cortisol e glicose também estavam elevados e os de insulina
reduzidos, além disso, todos os animais apresentaram cetonúria. Das 35 ovelhas avaliadas, 25
apresentaram apenas o quadro de TP (G1), e 10 além da TP apresentaram também outras
enfermidades infecciosas concomitantes (G2). No proteinograma, houve aumento nos níveis
séricos de haptoglobina, α1-glicoproteína ácida e transferrina e redução da PM 23000 Da
(proteína ainda não identificada nominalmente) nos dois grupos, enquanto que os de IgG
mostraram discreta elevação nos animais do G1 e os de fibrinogênio no G2. Diante disso,
podemos concluir que a severa complexidade do transtorno metabólico desencadeado pela TP
em ovelhas provoca alterações no perfil das proteínas de fase aguda (PFA) e que o padrão de
resposta foi semelhante em ambos os grupos experimentais.