FERTILIDADE DE ESPERMATOZÓIDES RECUPERADOS DA CAUDA DO EPIDÍDIMO DE GARANHÕES SUBFÉRTEIS

Autores

  • Gabriel Augusto Monteiro
  • Frederico Ozanam Papa
  • Priscilla Nascimento Guasti
  • Natalia Pereira Paiva Freitas
  • Cely Marini Melo
  • Bruno Ribeiro Avanzi
  • Nina Miglioranza Velloso
  • José Antonio Dell’aqua Junior

Palavras-chave:

garanhão, sêmen, epidídimo, criopreservação, biotecnologia

Resumo

A colheita de espermatozóides do epidídimo visa à recuperação de células espermáticas de garanhões de alto valor genético que forem a óbito, eutanasiados ou com processos obstrutivos que impossibilitem colheita de sêmen. No entanto, acredita-se que garanhões com baixa viabilidade espermática podem também beneficiar-se desta técnica visto que os espermatozóides não têm contato com o plasma seminal (PS) que possui efeito deletério. O objetivo do presente estudo foi comparar a viabilidade espermática entre os espermatozóides do ejaculado (Grupo 1, G1) e da cauda do epidídimo (Grupo 2, G2) de garanhões subférteis,
além de avaliar a fertilidade de espermatozóides da cauda do epidídimo após descongelação. Foram utilizados dois garanhões subférteis da raça Mangalarga Machador e com histórico de subfertilidade. No G1 foram colhidos três ejaculados de cada animal e congelados com BotuCrio®. Uma semana após a colheita do último ejaculado, os garanhões foram submetidos à orquiectomia bilateral e realizada a colheita dos espermatozóides da cauda do epidídimo de ambos os testículos pela técnica de fluxo retrógrado (G2) utilizando Botu-Sêmen® para lavagem e Botu-Crio® para congelação espermática. Para o teste de fertilidade, foram
inseminadas 8 éguas com espermatozóides descongelados provenientes do G2. Imediatamente após a detecção da ovulação, as éguas foram inseminadas com 800x106 espermatozóides (400x106 de cada garanhão) na extremidade do corno uterino. O número médio de espermatozóides recuperados no G1 e G2 foi 6,9±3,37b e 20,4±5,37a x109, respectivamente.
Os parâmetros espermáticos foram analisados por ANOVA seguido por Teste de Tukey (p<0,05). Os valores médios nos respectivos grupos 1 e 2 pré-congelação foram: a)Motilidade Total (MT): 16,0±6,16b; 66,5±6,24a; b)Motilidade Progressiva (MP): 4,5±2,52b; 26,3±7,93ª; c)Espermatozóides rápidos (RAP): 7,7±4,27b; 48,8±5,38a; d)Integridade de Membrana Plasmática (IMP): 26,8±12,36a; 46,3±19,87ª; e após descongelação foram: a)MT: 7,7±2,22b; 33,3±2,06ª; b)MP:1,8±1,26b; 12,5±3,32ª; c)RAP: 2,0±1,41b; 19,3±1,26ª; d)IMP: 22,3±6,02b; 41,8±10,59ª. Os parâmetros espermáticos (MT e RAP) antes e após a congelação foram maiores no G2. Os espermatozóides recuperados da cauda do epidídimo não tiveram contato com o PS que pode ser uma possível causa da melhor viabilidade espermática no G2. A taxa de concepção obtida no G2 foi de 25% (2/8). Baseado nos resultados, pode-se concluir que a colheita de espermatozóides da cauda do epididimo de animais com baixa viabilidade espermática proporcionou a recuperação de células espermáticas com MT e RAP superiores ao sêmen do ejaculado. Além disso, a taxa de concepção de 25% demonstra que os espermatozóides recuperados da cauda do epidídimo pós-descongelação foram competentes na fertilização do oócito. Este estudo demonstra a possibilidade de obtenção de produtos de garanhões subférteis a partir de espermatozóides recuperados da cauda do epidídimo.
Entretanto, pesquisas devem ser realizadas com o objetivo de identificar possíveis ações deletérias do PS sobre a qualidade espermática de garanhões subférteis e inférteis.

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Publicado

2022-11-18

Como Citar

1.
Monteiro GA, Papa FO, Guasti PN, Freitas NPP, Melo CM, Avanzi BR, Velloso NM, Dell’aqua Junior JA. FERTILIDADE DE ESPERMATOZÓIDES RECUPERADOS DA CAUDA DO EPIDÍDIMO DE GARANHÕES SUBFÉRTEIS. RVZ [Internet]. 18º de novembro de 2022 [citado 2º de novembro de 2024];18(2):249-54. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1117

Edição

Seção

Artigos Originais

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