ESPOROTRICOSE FELINA E SAÚDE PÚBLICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35172/rvz.2022.v29.594

Palavras-chave:

gato, fungo, zoonose.

Resumo

A esporotricose é uma doença potencialmente zoonótica, que factualmente tem se disseminado em forma de surtos epidêmicos. Tornou-se um problema de saúde pública, que atinge principalmente pessoas de classes sociais menos privilegiadas. Devido à gravidade dessa doença, a notificação passou a ser obrigatória em alguns estados. Também é uma doença de caráter ocupacional. É uma doença infecciosa presente nos gatos, que se infectam  por trauma por espinhos de plantas, solo contaminado, arranhaduras e mordeduras de animais infectados. É causada pelo fungo dimórfico do gênero Sporothrix sp. e leva a uma série de impactos a saúde animal e humana. Portanto, esse trabalho trará uma revisão sobre os principais tópicos dessa enfermidade, com o objetivo de alertar sobre os riscos, gravidade e seus impactos na saúde pública.

Biografia do Autor

Gabriela Silva Assis, UFJ

Discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Jataí – UFJ.

Alana Flávia Romani, UFJ

Professora associada da Universidade Federal de Jataí – UFJ.

Cleusely Matias de Souza, UFJ

Professora associada da Universidade Federal de Jataí – UFJ.

Gisele Fonseca Ventura, Universidade Presidente Antônio Carlos

Discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Presidente Antônio Carlos. 

Gilberto Aparecido Rodrigues, Secretaria Municipal de Saúde de São João do Triunfo-PR

Médico da Família e Comunidade (SMS-São João do Triunfo-PR)

Referências

1. Gremião IDF, Miranda LHM, Reis EG, Rodrigues AM, Pereira SA. Zoonotic Epidemic of Sporotrichosis: Cat to Human Transmission. PLOS Pathog. 2017; 1-7.
2. Gremião IDF, Menezes RC, Schubach TM, Figueiredo AB, Cavalcanti MC, Pereira AS. Feline sporotrichosis: epidemiological and clinical aspects. Med Mycol J. 2015; 53:15-21.
3. Cabanes FJ. Sporotrichosis in Brazil: Animals + humans = one health. Rev Iberoam Micol. 2020; 37: 73-74.
4. Larsson CE. Esporotricose. Braz J Vet Res Anim Sci. 2011; 48: 250-259.
5. Michelon L, Pineiro MBC, Madrid IM, Osório LG, Bruhn FRP, Soares GF, Xavier MO, Nobre MO. Dados epidemiológicos da esporotricose felina na região sul do Rio Grande do Sul: uma abordagem em saúde pública. Braz J Health Rev. 2019; 2: 4874-4890.
6. Cavalcanti MCH, Pereira SA, Gremião IDF, Menezes RC. Esporotricose, um agravo de notificação compulsória e seus riscos em gatos domésticos: 15 casos com lesão nasal refratária. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP. 2017; 15: 94-94.
7. Barros MBDL, Schubach TMP, Gutierrez Galhardo MC, Schubach ADO, Monteiro P CF, Reis RS, Zancope-Oliveira RM, Lazera MS, Cuzzi-Maya T, Blanco TCM, Marzochi KBF, Wanke B, Valle ACFD. Sporotrichosis: an emergent zoonosis in Rio de Janeiro. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2001; 96: 777-779.
8. Gremião ID, Schubach TMP, Pereira SA, Rodrigues AM, Honse CDO, Barros MB. Treatment of refractory feline sporotrichosis with a combination of intralesional amphotericin B and oral itraconazole. Aust Vet J. 2011: 89: 346-351.
9. Silva JN, Passos RL, Menezes RC, Gremião IDF, Schubach TMP, Oliveira JC, Figueiredo ABF, Pereira SA. Diagnostic accuracy assessment of cytopathological examination of feline sporotrichosis. Med Mycol J. 2015; 53: 880-884.
10. Hektoen L, Perkins CF. Refractory subcutaneous abscesses caused by Sporothrix schenckii. A new pathogenic fungus. J Exp Med. 1900; 7: 77.
11. Sellera FP, Larsson CE. Etymologia: Sporothrix schenckii. Emerg Infect Dis. 2019; 25:1631.
12. Marimon R, Cano J, Gené J, Sutton DA, Kawasaki M, Guarro J. Sporothrix brasiliensis, S. globosa, and S. mexicana, three new Sporothrix species of clinical interest. J Clin Microbiol. 2007; 45: 3198-3206.
13. Marimon R, Gené J, Cano J, Guarro J. Sporothrix luriei: a rare fungus from clinical origin. Med Mycol J. 2008; 46: 621-625.
14. Thomson J, Trott DJ, Malik R, Galgut B, McAllister MM, Nimmo J, Renton D, Kidd SE. An atypical cause of sporotrichosis in a cat. Med Mycol Case Rep. 2019; 23: 72-76.
15. Ramírez-Soto MC, Aguilar-Ancori EG, Tirado-Sánchez A, Bonifaz A. Ecological determinants of sporotrichosis etiological agents. J Fungi. 2018; 4: 95.
16. Jericó MM, Andrade Neto JP, Kogika MM. Tratado de medicina interna de cães e gatos. Rio de Janeiro: Roca; 2015.
17. Megid J, Ribeiro MG, Paes AC. Doenças infecciosas em animais de produção e de companhia. Rio de Janeiro: Roca; 2016.
18. Almeida AJ, Reis NF, Lourenço CS, Costa NQ, Bernardino ML, Vieira-da-Motta O. Esporotricose em felinos domésticos (Felis catus domesticus) em Campos dos Goytacazes, RJ. Pesqui Vet Bras. 2018; 38:1438-1443.
19. Chakrabarti A, Bonifaz A, Gutierrez-Galhardo MC, Mochizuki T, Li S. Global epidemiology of sporotrichosis. Med Mycol J. 2015; 53:3-14.
20. Zhang Y, Hagen F, Stielow B, Rodrigues AM, Samerpitak K, Zhou X, Feng P, Yang L, Chen M, Deng S, Li S, Liao W, Li R, Li F, Meis JF, Guarro J, Teixeira M, Al-zahrani HS, Camargo ZP, Zhang L, Hoog GS. Phylogeography and evolutionary patterns in Sporothrix spanning more than 14 000 human and animal case reports. Persoonia. 2015; 35:1.
21. Nunes GDL, dos Santos Carneiro R, Filgueira KD, Filgueira FGF, Fernandes THT. Esporotricose felina no município de Itaporanga, estado da Paraíba, Brasil: relato de um caso. Arq Ciên Vet Zool Unipar. 2011; 14:2.
22. Falcão EMM, de Lima Filho JB, Campos DP, Valle ACFD, Bastos FI, Gutierrez-Galhardo MC, Freitas DFS. Hospitalizações e óbitos relacionados à esporotricose no Brasil (1992-2015). Cad Saúde Pública. 2019; 35: e00109218.
23. Silva GM, Howes JCF, Leal CAS, Mesquita EP, Pedrosa CM, Oliveira AAF, Silva LB, Mota RA. Surto de esporotricose felina na região metropolitana do Recife. Pesqui Vet Bras. 2018; 38:1767-1771.
24. Poester VR, Saraiva LA, Pretto AC, Klafke GB, Sanchotene KO, Melo AM, Cardone S, Xavier MO. Desconhecimento de profissionais e ações de extensão quanto à esporotricose no extremo Sul do Brasil. Vittalle. 2019; 31:8-14.
25. Rossow JÁ, Queiroz-Telles F, Caceres DH, Beer KD, Jackson BR, Pereira JG, Gremião IDF, Pereira SA. A One Health Approach to Combatting Sporothrix brasiliensis: Narrative Review of an Emerging Zoonotic Fungal Pathogen in South America. J Fungi. 2020; 6:247.
26. De Lima Barros MB, De Almeida Paes R, Schubach AO. Sporothrix schenckii and Sporotrichosis. Clin Microbiol Rev. 2011; 24:633-654.
27. Macêdo-Sales PAD, Souto SRLDS, Destefani CA, Lucena RPD, Rocha EMDSD, Baptista ARDS. Diagnóstico laboratorial da esporotricose felina em amostras coletadas no estado do Rio de Janeiro, Brasil: limitações da citopatologia por imprint. Rev Pan-Amaz Saúde. 2018; 9:13-19.
28. Bison I, Parentoni R, Brasil A. Metanálise de esporotricose felina: um destaque para sua ocorrência no Brasil. Ars Vet. 2020; 36:301-315.
29. Zanoni DS, Grandi F, Rocha NS. Use of the agarose cell block technique in veterinary diagnostic cytopathology: an" old and forgotten" method. Vet Clin Patho. 41:307-308.
30. Gonsales FF, Fernandes NC, Mansho W, Montenegro H, Guerra JM, De Araújo LJT, Silva SMP, Benites NR. Feline Sporothrix spp. detection using cell blocks from brushings and fine‐needle aspirates: Performance and comparisons with culture and histopathology. Vet Clin Patho. 2019; 48:143-147.
31. Furtado LDO, Biancardi AL, Cravo LMDS, Anjo RPP, Moraes Junior HVD. Esporotricose ocular: manifestações atípicas. Rev Bras Oftal. 2019; 78: 59-61.
32. Reinprayoon U, Jermjutitham M, Tirakunwichcha S, Banlunara W, Tulvatana W, Chindamporn A. Conjunctival sporotrichosis from cat to human: Case report. Am J Ophthalmol Case Rep. 2020; 20:100898.
33. Peter JR, Pires RS, Andrade FC. A esporotricose e seu impacto social. Vittalle. 2016; 28:110-113.
34. Govender NP, Maphanga TG, Zulu TG, Patel J, Walaza S, Jacobs C, Ebonwo JI, Ntuli s, Naicker SD, Thomas J. An outbreak of lymphocutaneous sporotrichosis among mine-workers in South Africa. PLoS Negl Trop Dis. 2015; 9:e0004096.
35. Cordeiro FN, Bruno CB, Paula CDRD, Motta JDOCD. Ocorrência familiar de esporotricose zoonótica. An Bras Dermatol. 2011; 86:121-124.
36. Rios ME, Suarez J, Moreno J, Vallee J, Moreno JP. Zoonotic sporotrichosis related to cat contact: first case report from Panama in Central America. Cureus. 2018; 10(7).
37. Valeriano CAT, Ferraz CE, Oliveira MME, Inácio CP, de Oliveira EP, Lacerda AM, Neves RP, de Lima-Neto RG. Cat-transmitted disseminated cutaneous sporotrichosis caused by Sporothrix brasiliensis in a new endemic area: Case series in the northeast of Brazil. JAAD Case Rep. 2020; 6: 988.
38. Lecca LO, Paiva MT, De Oliveira CSF, Morais MHF, De Azevedo MI, Bastos CDV, Keller KM, Ecco R, Alves MRS, Pais GCT, Salvato LA, Xaulim GMD, Barbosa DS, Brandão ST, de Magalhães Soares DF. Associated factors and spatial patterns of the epidemic sporotrichosis in a high density human populated area: A cross-sectional study from 2016 to 2018. Prev Vet Med. 2020; 176:104939.
39. Gremião IDF, Oliveira MME, de Miranda LHM, Freitas DFS, Pereira SA. Geographic expansion of sporotrichosis, Brazil. Emerg Infect Dis. 2020; 26: 621.
40. Barros MBDL, Schubach TP, Coll JO, Gremião ID, Wanke B, Schubach A. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Rev Panam Salud Públ. 2010; 27:455-460.
41. Silva DT, Menezes RC, Gremião IDF, Schubach TMP, Boechat JS, Pereira SA. Esporotricose zoonótica: procedimentos de biossegurança. Acta Sci Vet. 2012; 40:1-10.
42. Oliveira-Neto RR, Souza VF, Gubulin Carvalho PF, Rodrigues Frias DF. Nível de conhecimento de tutores de cães e gatos sobre zoonoses. Rev Salud Públ. 2018; 20:198-203.
43. Kalil TR, Neto JM, Mendes-de-Almeida F, Borga DB, Higino MC, Barbosa GL, Brandão CP, Alves KP. Análise dos resultados do programa de distribuição gratuita de itraconazol para controle de esporotricose em gatos domésticos na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Rev Edu Cont Med Vet Zoot CRMV-SP. 2014;12: 51-52.
44. Ramírez-Soto MC, Loayza-Calderón M. Esporotricosis polimórfica, un problema de salud pública que debemos valorar. Acta Méd Peruana. 2012; 29:128-131.
45. Carlos IZ, Batista-Duharte A. Sporotrichosis: an emergent disease. In Sporotrichosis. New York: Springer; 2015.
46. Queiroz-Telles F, Fahal AH, Falci DR, Caceres DH, Chiller T, Pasqualotto AC. Neglected endemic mycoses. Lancet Infect Dis. 2017; 17:e367-e377.
47. Lopes-Bezerra LM, Mora-Montes HM, Zhang Y, Nino-Vega G, Rodrigues AM, De Camargo ZP, De Hoog S. Sporotrichosis between 1898 and 2017: The evolution of knowledge on a changeable disease and on emerging etiological agents. Med Mycol. 2018; 56(suppl 1): S126-S143.
48. Caus AL, Zanotti RL, Faccini-Martínez ÁA, Paterlini GV, Falqueto A. Epidemiological and clinical aspects of sporotrichosis in Espírito Santo State, southeast Brazil: a study of three decades (1982–2012). Am J Trop Med Hyg. 2019; 100: 706-713.
49. Araujo AKL, Gondim ALDCL, Araujo IEA. Esporotricose felina e humana–relato de um caso zoonótico. Rev Bras Hig Sanid Anim. 2020; 14: 237-247.
50. Macêdo-Sales PA, Souza LOP, Della-Terra PP, Lozoya-Pérez NE, Machado RLD, da Rocha EMDS, Lopes-Bezerra LM, Guimarães AJ, Rodrigues AM, Mora-Montes HM, Santos ALS, Souza Baptista AR. Coinfection of domestic felines by distinct Sporothrix brasiliensis in the Brazilian sporotrichosis hyperendemic area. Fungal Genet Biol. 2020; 140: 103397.
51. Paiva MT, de Oliveira CSF, Nicolino RR, Bastos CV, Lecca LO, de Azevedo MI, Keller KM, Salvato LA, Brandão ST, Oliveira HMR, Morais MHF, Ecco R, Lech AJZ, Haddad JPA, Magalhães Soares DF. Spatial association between sporotrichosis in cats and in human during a Brazilian epidemics. Prev Vet Med. 2020; 183:105125.

Downloads

Publicado

2022-05-21

Como Citar

1.
Assis GS, Romani AF, Souza CM de, Ventura GF, Rodrigues GA, Stella AE. ESPOROTRICOSE FELINA E SAÚDE PÚBLICA. RVZ [Internet]. 21º de maio de 2022 [citado 30º de dezembro de 2024];29:1-10. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/594

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)