SOROPREVALÊNCIA E PESQUISA DE OOCISTOS DE Toxoplasma gondii EM FELÍDEOS SELVAGENS PROCEDENTES DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL

Autores

  • Carolina Costa Silva
  • André Marcelo Conceição Meneses
  • Carla Cristina Guimarães de Moraes
  • Ediclei Lima do Carmo
  • Helio Langoni
  • Rodrigo Costa da Silva
  • Helena Muta Hotta Pancieri
  • Bruno Rocha Martins
  • Nazaré Fonseca de Souza

Palavras-chave:

felídeos, Toxoplasma gondii, oocistos, sorologia

Resumo

A toxoplasmose, uma das zoonoses mais difundidas no mundo, causada pelo protozoário
intracelular Toxoplasma gondii, é capaz de infectar inúmeras espécies animais, dentre as quais
os felídeos, que são os hospedeiros definitivos. O objetivo deste estudo foi determinar a
soropositividade da toxoplasmose em felídeos silvestres mantidos em cativeiro em Capitão
Poço e Belém, Pará. Foram pesquisadas 21 amostras de soro de quatro espécies de felídeos
selvagens: Herpailurus yaguarondi (2) (gato-mourisco), Leopardus pardalis (7) (jaguatirica),
L. wiedii (1) (gato-maracajá) e Panthera onca (11) (onça-pintada e preta) pelos métodos
sorológicos de hemaglutinação indireta (HAI) e aglutinação direta modificada (MAT). Além
da sorologia, foram realizados também exames coproparasitológicos para a pesquisa de
oocistos. Das amostras analisadas, 18 (85,7%) foram positivas, sendo 12 amostras (57,1%)
soropositivas pela técnica HAI e 14 amostras (66,7%) pela MAT. A concordância entre as
duas técnicas foi nula. No gênero Herpailurus um dos animais foi negativo para a HAI e
positivos para a técnica MAT e o outro positivo para HAI e negativo para MAT. Para o
gênero Leopardus, 50% (4 de 8) de positivos na HAI e 75% (6/8) na MAT e Panthera,
63,64% (7 de 11) nas duas técnicas. A titulação mais alta foi verificada em um gato-maracajá
(1024), na MAT. Não foi encontrado oocisto de T. gondii nas fezes de nenhum dos animais
estudados. Desse modo, observou-se uma alta ocorrência de anticorpos anti-toxoplasma nos
municípios estudados e que a técnica utilizada pode interferir no diagnóstico sorológico da
doença.

Referências

Gonçalves Neto E, Munhoz AD, Albuquerque GR, Lopes CWG, Ferreira AMR.

Ocorrência de gatos soropositivos para Toxoplasma gondii Nicolle e Manceaux, 1909

(Apicomplexa: Toxoplasmatinae) na cidade de Niterói, Rio de Janeiro. Rev Bras Parasitol

Vet. 2003;12(4):145-9.

Taboada J, Merchant SR. Infecções por protozoários e por outras causas. In: Ettinger SJ,

Feldman EC. Tratado de Medicina Interna Veterinária. 1a ed. São Paulo: Manole; 1997.

p.1495.

Jacobs L. Toxoplasmosis: epidemiology and medical importance. J Wildl Dis.

;6(4):305-12.

Vidotto O. Toxoplasmose: epidemiologia e importância da doença na saúde animal. In:

Anais do Seminário Brasileiro de Parasitologia Veterinária; 1991; São Paulo. São Paulo:

Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária; 1991. p.80-94.

Dubey JP. Zoonosis: toxoplasmosis. J Am Vet Med Assoc. 1994;205(11):1593-8.

Martins CS. Zoonoses felinas: mitos e verdades. In: Souza HJM. Coletâneas em medicina e

cirurgia felina. Rio de Janeiro: LF Livros de Veterinária; 2003. p.447.

Silva JCR, Ogassawara S, Adania CH, Ferreira F, Gennari SM, Dubey JP, et al.

Seroprevalence of Toxoplasma gondii in captive neotropical felids from Brazil. Vet

Parasitol. 2001;102(3):217-24.

Uchôa CMA, Duarte R, Laurentino-Silva V, Alexandre GMC, Ferreira HG, Amendoeira

MRR. Padronização de ensaio imunoenzimático para pesquisa de anticorpos das classes

IgM e IgG anti-Toxoplasma gondii e comparação com a técnica de imunofluorescência

indireta. Rev Soc Bras Med Trop. 1999;32(6):661-9.

Silva JCR. Toxoplasmose. In: Cubas ZS, Silva JCR, Catão-Dias JL. Tratado de animais

selvagens: medicina veterinária. 1a ed. São Paulo: ROCA; 2007. p.768-784.

Desmonts G, Remington JS. Direct agglutination test for diagnosis of Toxoplasma

infection: method for increasing sensitivity and specificity. J Clin Microbiol.

;11(6):562-8.

Willis HH. A simple levitation method for detection of hookworm ova. Med J Aust.

;8:375-6.

Hoffman WA, Pons JA, Janer JL. The sedimentation concentration method in

schistosomiasis. Puerto Rico J Publ Health Trop Med. 1934;9:283-9.

Fonseca JS, Martins GA. Curso de estatística. 6a ed. São Paulo: Atlas; 1996.

Ferraroni JJ, Marzochi MCA. Prevalência da infecção pelo Toxoplasma gondii em

animais domésticos, silvestres e grupamentos humanos da Amazônia. Mem Inst Oswaldo

Cruz. 1980;75(1-2):99-109.

Costa AM. Toxoplasmose animal e humana no Parque Zoobotânico do Museu Paraense

Emílio Goeldi, Belém, Pará, Brasil [dissertação]. Belém: Universidade Federal do Pará;

Thiangtum K, Nimsuphun B, Pinyopanuwat N, Chimnoi W, Tunwattana W, Tongthainan

D, et al. Seroprevalence of Toxoplasma gondii in captive felids in Thailand. Vet

Parasitol. 2006;136(3-4):351-5.

Patton S, Johnson SS, Puckett K. Prevalence of Toxoplasma gondii antibodies in nine

populations of dairy goats: compared titers using modified direct agglutination and

indirect hemagglutination. J Parasitol. 1990;76(1):74-7.

Jewell ML, Frenkel JK, Johnson KM, Reed V, Ruiz A. Development of Toxoplasma

oocysts in neotropical Felidae. Am J Trop Med Hyg. 1972;21(5):512-7.

Silva JCR, Marvulo MF, Dias RA, Ferreira F, Amaku M, Adania CH, et al. Risk factors

associated with sero-positivity to Toxoplasma gondii in captive neotropical felids from

Brazil. Prev Vet Med. 2007;78(3-4):286-95.

Muñoz DED, Chávez AV, Casas EA, Suárez FA, Gavidia CC, Muñoz KD, et al.

Frecuencia de anticuerpos contra Toxoplasma gondii en monos Cebus apella criados en

cautiverio. Rev Investig Vet Perú. 2005;16(2):163-8.

Downloads

Publicado

2022-02-23

Como Citar

1.
Silva CC, Meneses AMC, Moraes CCG de, Carmo EL do, Langoni H, Silva RC da, Pancieri HMH, Martins BR, Souza NF de. SOROPREVALÊNCIA E PESQUISA DE OOCISTOS DE Toxoplasma gondii EM FELÍDEOS SELVAGENS PROCEDENTES DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL. RVZ [Internet]. 23º de fevereiro de 2022 [citado 17º de dezembro de 2024];23(3):400-8. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/791

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >>