CELULITE EM FRANGOS DE CORTE – REVISÃO

Autores

  • Juliana Flor de Aguiar UNAMA
  • Welligton Conceição da Silva
  • Raimundo Nonato Colares Camargo Junior IFPA

DOI:

https://doi.org/10.35172/rvz.2020.v27.468

Palavras-chave:

Aves. Produção animal. Sanidade.

Resumo

A avicultura brasileira alcançou, nos últimos anos, níveis de produtividade e de ajuste na sua organização que a colocam como uma das mais competitivas do mundo. O resultado é um produto com qualidade, sanidade, sustentabilidade, que, aliadas a preços competitivos, levou o frango brasileiro a estar presente em mais de 150 países. O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão sobre a celulite aviária associada a ocorrência de Escherichia coli, destacando - se a etiopatogenia, o diagnóstico e a prevenção. Devido a fina espessura da pele dos frangos, vários fatores como deficiência nutricional, substâncias irritantes, toxinas, infecções e problemas de manejo podem potencialmente levar lesões cutâneas. A Escherichia coli é bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com produção de ácido e gás a 44,5 ± 0,2oC em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, oxidase negativa, não hidrolisa a uréia e apresenta atividade das enzimas ß galactosidase e ß glucoronidase, sendo considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos. Portanto, a celulite tendo a E. coli como agente causador pode ser considerada como uma das mais importantes causas de condenação da carne de frango, gerando interesses em termos econômicos por conta das perdas financeiras impostas aos produtores. Além das perdas econômicas, há os riscos relativos à saúde pública, tornando-se necessária a reavaliação dos critérios de condenação em casos de celulite aviária determinados na legislação.

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Arquivos adicionais

Publicado

2020-12-21

Como Citar

1.
Aguiar JF de, Silva WC da, Camargo Junior RNC. CELULITE EM FRANGOS DE CORTE – REVISÃO. RVZ [Internet]. 21º de dezembro de 2020 [citado 21º de novembro de 2024];27:1-11. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/468

Edição

Seção

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