Perfil de sensibilidade de bactérias isoladas de animais domésticos na região de botucatu frente ao cloranfenicol e florfenicol
DOI:
https://doi.org/10.35172/rvz.2009.v16.388Palavras-chave:
cloranfenicol, florfenicol, sensibilidade bacteriana, resistência bacterianaResumo
O advento dos antimicrobianos permitiu o controle e cura das doenças infecciosas, mudando a
evolução natural das mesmas de forma marcante. Os resultados de programas locais de vigilância de
resistência a antimicrobianos são de extrema importância, pois auxiliam a escolha da terapêutica
empírica, especialmente em infecções no qual o diagnóstico etiológico é difícil. No caso específico da
terapêutica antimicrobiana em animais de companhia, sabe-se da importância do cloranfenicol, pelo
seu amplo espectro de ação e pela elevada lipossolubilidade que propicia ampla difusão pelas barreiras
biológicas. Antimicrobiano sintético, derivado do propanodiol, o cloranfenicol possui em sua fórmula
estrutural um grupo nitro que produz anemia aplásica irreversível em primatas. A primeira medida foi
a remoção deste radical e sua substituição por um grupo metil sulfonil, resultando no tianfenicol. No
entanto, este composto apresentou concentrações inibitórias mínimas maiores, em relação ao
cloranfenicol, devido ao acúmulo celular lento e por essa razão, as bactérias adquiriram mais
resistência ao tianfenicol. Dessa forma, alteraram-se substancialmente as características da molécula,
substituindo o grupo hidróxido por um átomo de flúor, dando lugar a uma combinação precisa de
amplo espectro, segurança e ausência de inconvenientes de resistência bacteriana, chamado de
florfenicol. Porém o uso maciço e inadequado de antimicrobianos tem implicações no aumento das
taxas de resistência microbiana, existindo uma relação direta entre o quantitativo de antimicrobianos
usados e a incidência de resistência bacteriana. Este trabalho teve por objetivo verificar a sensibilidade
dos principais agentes infecciosos nos animais, frente ao cloranfenicol e ao florfenicol e comparar o
desempenho de ambos frente as mais diversas bactérias patogênicas. O estudo retrospectivo foi
realizado através de 562 antibiogramas do Laboratório de Diagnóstico Microbiológico, da Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia, da Universidade Estadual Paulista – Campus Botucatu, no
período de janeiro de 2000 a junho de 2006.
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